O poeta do amor

Correio Braziliense
postado em 16/06/2022 00:01

Com alguns dias de atraso para o Dia dos Namorados, esta coluna conseguiu uma entrevista mediúnica exclusiva com o poeta do amor, Vinicius de Moraes. Sim, as conexões mediúnicas também têm os seus problemas. Fala, poeta.

Vinicius, quando foi a
sua primeira cantada?

Foi aos 7 anos, escrevi uns versos para uma menina de 9. A dedicatória dizia: "Com amor, do poeta Vinicius de Moraes".

Consta que você foi casado com
nove mulheres. Por que essa instabilidade no amor?

Eu acho que o amor que se constrói para a eternidade é o amor-paixão, o mais precário e o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem a dimensão do infinito.

Você partia para uma mulher por que se cansava da anterior?

Na minha vida foi como se uma mulher me depositasse nos braços da outra. Isso talvez porque esse amor-paixão, pela própria intensidade, não tem condições de sobreviver.

Se você fosse um camelô do amor, como é que anunciaria o seu produto?

Aqui fala o poeta, o jogral, o menestrel, o grande Camelô do Amor: o amor tonifica o cabelo das mulheres, torna-os mais vivos e dá-lhes um brilho natural. Mise-en-plis? Só de amor. Nada melhor do que os divinos cafunés para as moléstias do couro cabeludo.

E, em relação às rugas, o amor exerce alguma função regeneradora?

O amor limpa de rugas a fronte das mulheres, elimina os pés de galinha e acrescenta lindas covinhas de sorriso. Tende sempre em mente, o amor coroa as mulheres de pesados diademas invisíveis. Amai, coroas! A mulher que ama reinventa o paraíso. A mulher que ama se move majestosamente.

Vinícius, como é que você percebe esse furor por cirurgias plásticas e malhações? O amor não faria melhor
à estética do que os bisturis
e o esforço físico?

O amor pitanguiza o nariz das mulheres, torna-os mais frementes, com delicados tiques, particularmente nas asas. Um mínimo de cirurgias plásticas, dietas patetas e essas fantásticas ginásticas... Vivei e amai o Sol! Para aquele que ama, vossos senões são poesia. Nada mais lindo do que as feiurinhas da mulher amada.

Poeta, falemos de um assunto delicado: o cheiro das axilas das amadas. Que conselhos você daria?

Sim, cuide do substrato de suas asas, anjo meu, mas nada de exagero. Uma axila sem cheiro pode levar um homem ao desespero.

O que você diria à mulher mais amada?

Eu te amo para além do amor.

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