O velório de Naid Maria Jabour Tannuri, uma das pioneiras em trabalhos sociais no Distrito Federal, ocorrerá hoje, às 8h30, no Cemitério Campo da Esperança Da Asa Sul. Ela morreu na manhã de ontem, aos 88 anos. Não foi determinada a causa do óbito. Segundo a filha Dulce Tannuri, 64 anos, a mãe faleceu dormindo.
Naid morava com Dulce no Lago Sul desde a morte do marido, Victor Tannuri, e tinha se aposentado do trabalho social há alguns anos. Victor Tannuri é um dos fundadores do Hospital de Base e foi dono da Clínica São Bras. Ele veio para Brasília em 1960, ajudar a implementar instituições importantes para a saúde da cidade.
De acordo com Dulce Tannuri, apesar de já ter parado de trabalhar por "estar muito velhinha", Naid atuava na cidade com trabalhos sociais desde os primeiros anos de Brasília, com recolhimento e oferecimento de doação de alimentos, cobertores, roupas, entre outros artigos. "A Casa do Candango era uma entidade muito forte naquela época que as pessoas procuravam. Nela, estavam esposas de médicos e deputados, e todos eles ajudavam muito as outras pessoas", ressalta.
A ativista era formada em letras pela Universidade de Brasília (UnB) e chegou a dar aulas de português e francês. Um dos locais em que lecionou foi a Aliança Francesa. No entanto, conforme conta Dulce, a mãe sempre optou, primeiramente, por auxiliar o marido nos trabalhos sociais.
"Ela sempre ajudou ele, sempre foi muito dedicada. Trabalhou na Casa do Candango, apoiando pessoas que precisam. Posso dizer que minha mãe sempre foi uma pessoa disponível. Quando era convocada, esteve próxima à comunidade fazendo trabalhos sociais", conta Dulce . Junto ao marido, a professora de português e francês atendia na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e até na Presidência da República.
Dulce teve sua vida inspirada no trabalho da mãe, ela coordenou, em Brasília, o Comitê de Combate à Fome, fazia parte do grupo Mulheres do Brasil, iniciativa que convidava as mulheres a atuar na política do país e projetos que combatiam a violência doméstica. "Minha mãe era a pessoa que sempre me deu todo o suporte, para mim e para a minha família", afirma. Neid deixa duas filhas e três netos.
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