À QUEIMA-ROUPA

Correio Braziliense
postado em 18/06/2022 00:01

"Conforme mostra a última pesquisa de intenção de votos, a virada anti-bolsonarista no DF está em curso e somos protagonistas nela"

Você pensa em desistir da candidatura ao Palácio do Buriti para reunir numa mesma chapa todos os nomes que apoiam Lula no DF?

Não. Não existe negociação ou desistência. Nós, a federação PSol e Rede, temos convicção da importância da candidatura ao Governo com o nosso nome. Há um espaço na política para o crescimento de um perfil como o nosso. Nascida e criada no DF, mulher negra, assistente social, com atuação na ponta com as políticas públicas e com os movimentos sociais. Sem dúvidas a renovação necessária para reconstruirmos o DF. Nós podemos abrir o diálogo, até por nunca ter fechado, com as demais federações da esquerda, mas sem abrir mão de estar na cabeça da chapa. Estamos à disposição para conduzir este processo. Pontuamos 1,3% em menos de dois meses da pré-campanha. É a resposta das ruas ao nosso nome. E vamos além.

Espera contar com o apoio de Lula?

Sim e já temos. Estive com o futuro presidente Lula em São Paulo, na Conferência Eleitoral do PSol que aprovou nosso apoio à sua candidatura desde o primeiro turno. Tive a honra de prestar homenagem a Marielle Franco e reafirmar a urgência de mulheres negras estarem à frente do Executivo e Legislativo e combatermos de mãos dadas a violência política de gênero e raça. Ele sabe da importância da construção política da nossa federação a nível nacional e distrital, assim como da prioridade de construir Comitês PSol com Lula em todas as cidades. Conforme mostra a última pesquisa de intenção de votos, a virada anti-bolsonarista no DF está em curso e somos protagonistas nela.

Qual é a diferença entre a sua
candidatura e a de Leandro Grass (PV)?

Temos diferenças no perfil, no programa e nas alianças feitas pelas demais pré-candidaturas. Estar como a única mulher confirmada a este pleito, demonstra a coragem de nossa federação em protagonizar o avanço das lutas pelos direitos das mulheres nos espaços da política institucional. O Programa do qual sou uma das porta-vozes não tem sido construído entre cúpulas políticas. Conta com ampla participação de especialistas, ativistas e moradores e moradoras de todas as cidades do Distrito Federal. Implementaremos o Programa de Renda Básica Distrital para combater a fome, o desemprego e fortalecer o Sistema Único de Assistência Social. Sem titubear, também, quanto à necessidade de reestatizar e defender os serviços públicos. Uma das primeiras medidas do nosso Governo será pôr fim ao IGES-DF, que tem se mostrado uma verdadeira máfia da saúde, e convocar um plebiscito revogatório para a população decidir os rumos da Neoenergia, que aumentou a conta de luz sem apresentar melhorias no serviço.

E a diferença em relação à de Rafael Parente (PSB) que também vai apoiar a eleição de Lula?

Rafael Parente foi o secretário de Educação que militarizou escolas no Distrito Federal. Desembarcou do Governo Ibaneis não por ser contrário à militarização das escolas, mas por achar que o processo de consulta em algumas comunidades escolares havia sido "antidemocrático", pura contradição. A militarização das escolas tem se provado uma falsa solução para a violência em ambiente escolar. Nós defendemos a presença de assistentes sociais e psicólogas nas escolas para enfrentar na raiz as vulnerabilidades sociais. É difícil acreditar que alguém que esteve na atual gestão do GDF e conciliou a política bolsonarista de educação aqui, poderá estar à frente de uma nova política. Além disso, Parente não tem apresentado
um programa de governo para áreas estratégicas como economia, saúde, assistência social e educação.

esmo campo pode favorecer
a reeleição de Ibaneis Rocha?

O que pode favorecer a reeleição de Ibaneis Rocha é o voto nele. Para isso, é fundamental construirmos um campo responsável de oposição a ele. Da nossa parte, temos
memória e não perderemos oportunidades de denunciar o milionário que está à frente
do Buriti, governa para quem lucra
diretamente com a precarização das
políticas públicas — a máfia da saúde,
do transporte e a especulação imobiliária.

Acredita na união da sua candidatura à de Leandro e à de Parente no segundo turno, se houver?

No segundo turno, espero contar com o apoio das demais candidaturas do campo progressista e de toda a militância. E caso seja algum dos outros dois nomes, o PSol e a Rede terão responsabilidade política de abrir
diálogos programáticos e somar
esforços para derrotar Ibaneis Rocha.

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