Latrocínio /

Mulher trans foi estrangulada

Carmem Lúcia Alves de Souza, 53 anos, foi encontrada em casa, na cama, com as mãos amarradas. O celular e o carro dela foram levados pelo assassino, que deixou o veículo no centro de São Sebastião

Darcianne Diogo
postado em 24/06/2022 00:01
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga como latrocínio (roubo seguido de morte) o assassinato da travesti Carmem Lúcia Alves de Souza, 53 anos. A mulher foi encontrada em cima de uma cama, com as mãos amarradas. As investigações apontam que a vítima morreu ao ser estrangulada com um lençol.

Amigas de Carmem notaram o desaparecimento da confeiteira na quarta-feira. As colegas ligaram por várias vezes para o telefone da mulher, mas sem sucesso, quando decidiram ir à casa dela, na Vila Nova, em São Sebastião. O portão estava trancado e o carro de Carmem, um Honda HRV, não estava na garagem. As mulheres tinham a chave do imóvel e conseguiram entrar na residência, sendo surpreendidas com uma cena de terror.

Carmem estava morta de bruços na cama, com as mãos amarradas para trás e com sinais de estrangulamento. Segundo a Polícia Civil, o criminoso teria usado um lençol para cometer o assassinato. O caso é investigado pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião). Ao Correio, o delegado-adjunto da unidade policial, Ulysses Luz, afirmou que, inicialmente, o caso é tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). "Ainda estamos em fase inicial de investigação. Em breve, teremos uma resposta sobre o fato", afirmou.

Objetos encontrados

A polícia constatou que o carro e o celular da mulher foram levados. O aparelho telefônico foi localizado na manhã de quarta-feira em posse de um catador de latinhas da região. O homem encontrou o objeto dentro de um saco plástico, no lixo, e resolveu levar para a casa. À polícia, ele contou que esperava pela ligação de algum conhecido da mulher para devolver o objeto.

O carro foi abandonado no centro de São Sebastião. Tanto o veículo quanto o celular foram encaminhados à perícia para análise. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.

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Memória

Março de 2022: um professor de inglês do Centro de Ensino Médio 1 (CEM 1), de Planaltina (DF), de 26 anos, foi dado como desaparecido e foi encontrado carbonizado em uma área de mata, na região do bairro Paquetá, em Planaltina de Goiás. Segundo a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), Denes Marlio Lima Neres, foi assassinado por questões homofóbicas. O principal suspeito foi preso. Identificado como Mateus da Silva Castro, 18, o jovem confessou o homicídio e alegou que o docente teria tentado pegar nas partes íntimas dele.

Abril de 2022: O técnico de enfermagem André Lopes de Barros, 31, foi encontrado morto dentro do próprio apartamento, na QNN 7 de Ceilândia, em abril. Dias depois, policiais civis da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) prenderam o suspeito do assassinato. O criminoso foi preso na cidade de Unaí, em Minas Gerais. A motivação do crime ainda é investigada pela polícia.

Agosto de 2021: Uma travesti foi assassinada na madrugada de 11 de agosto do ano passado, no setor Oeste do Gama, próximo à unidade do Conselho Tutelar. Pessoas ouvidas preliminarmente na cena do crime informaram que a vítima era travesti e que ela costumava andar próximo ao local com outros travestis e moradores de rua da região. O suspeito foi preso dias depois. As investigações apontaram que o crime teria sido motivado por ciúmes, uma vez que o homem mantinha um relacionamento com a vítima.

 

Números

Relatório produzido pela Aliança Nacional LGBTQIA+ mostra que, em 2021, 300 pessoas LGBTQIA+ sofreram morte violenta em todo o Brasil. O número representa 8% a mais do que o registrado em 2020, em que 276 pessoas morreram. Segundo o levantamento, o Brasil continua sendo o país onde mais LGBTQIA+ são assassinados: uma morte a cada 29 horas.

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