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Mãe de oito filhos assassinada

Polícia Civil investiga o crime na Estrutural como homicídio relacionado a desavença por uso de drogas

Ana Luisa Araujo
postado em 29/06/2022 00:01
Mulher é assassinada e corpo abandonado às margens da Estrutural -  (crédito: Ed Alves/CB)
Mulher é assassinada e corpo abandonado às margens da Estrutural - (crédito: Ed Alves/CB)

Os moradores da Estrutural ficaram chocados ontem com o assassinato de uma mulher, de 38 anos, casada e mãe de oito filhos. Márcia Gomes foi morta a facadas e o corpo estava em um acampamento frequentemente ocupado por usuários de drogas. O caso é investigado pela 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) como homicídio relacionado a entorpecentes.

A vítima morava com o marido e os filhos, com idades entre 3 e 25 anos, perto da Vila Olímpica. Chorando muito, o marido, Aziel Souza, 41, contou ao Correio que Márcia saiu na sexta-feira, por volta das 22h, e não deu mais notícias. Para ele, um dos possíveis motivos do assassinato da esposa pode ter sido um assalto para roubar o dinheiro do Bolsa Família, que ela escondia no sutiã.

Aziel disse que a mulher era trabalhadeira e sempre buscava serviços de diarista e de atendente, mas "não tinha hora certa para chegar em casa, quando saía em busca de drogas". Na segunda-feira, uma das crianças completou 5 anos de idade e estava procurando pela mãe. 

Muito abalada, Maria Rita, 53, amiga da vítima, relatou que Márcia lutou muito para deixar o vício em entorpecentes. "Ela congregava com a gente, tentou sair das drogas, cuidava das crianças, não era uma pessoa ruim, mas, infelizmente se envolveu com isso", lamentou.

José Alves Moreira, servente de limpeza, 46 anos, era amigo de Márcia há quase 20 anos. Segundo o trabalhador, ela era uma pessoa muito boa, sempre ajudou muita gente, mas, lamentavelmente, saiu na sexta-feira "em busca de alimentar o vício e não voltou mais". José relembrou que amigos e familiares tentaram levá-la para uma casa de recuperação, mas ela não aceitou. "Vi os meninos crescerem e sempre acompanhando essa luta. Ela sempre tinha essa recaída, assim como muitos usuários têm", relatou.

O delegado Thiago Peralva, da 8ª DP, confirma que os indícios são de homicídio relacionado a desavenças por uso de drogas, provavelmente crack. "A hipótese de feminicídio foi descartada logo no início por não terem sido registradas evidências de violência doméstica ou relacionada ao gênero feminino", afirma. Peralva destaca que as diligências ainda não foram finalizadas e a prossegue a busca pelo criminoso.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), de janeiro a maio foram cometidos 111 homicídios no DF . Desses, 14 vítimas foram mulheres. Até 2 de junho foram registrados seis feminicídios na capital federal.

 

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