A movimentação no espectro político é grande nestes meses que antecedem a eleição. No Distrito Federal, a articulação é prioridade de alguns pré-candidatos de oposição, como o ex-secretário da Educação Rafael Parente (PSB). Na edição de ontem do CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília, com apresentação da jornalista Ana Maria Campos —, Parente lamenta as dificuldades de uma frente sólida contra o governador Ibaneis Rocha (MDB).
É uma semana decisiva para o PSB nas composições com a federação (PV, PT e PCdoB), liderada pelo Leandro Grass e com Reguffe, do União Brasil, que quer ser candidato. O que podemos esperar dessas conversas?
As conversas continuam, agora aceleradas, tanto com a federação quanto com o Reguffe, minhas conversas têm sido mais frequentes e diárias com ele. Eu tenho muita confiança de que eu e ele, muito provavelmente estaremos na mesma chapa. Agora, eu não posso garantir como essa chapa será formada. Com a federação, infelizmente, tenho menos esperança de que estaremos juntos. Gostaria de estar junto e acho que a gente precisava lembrar que nós estaremos batalhando em um campo de guerra contra Ibaneis. Não será uma batalha fácil. Estou otimista, é provável que alguém chegue no segundo turno e essa se torne o(a) próximo(a) governador(a) do DF. No entanto, o ideal seria que todos nós nos uníssemos em uma grande frente progressista anti-Ibaneis.
A tendência é fechar com Reguffe?
Espero que a gente, de alguma forma, consiga avançar. Preciso entender como está essa consolidação em relação aos partidos que o apoiam. Tenho todo apoio do PSB e da presidência local e nacional que, inclusive, até aqui, querem que o projeto continue. A orientação é que a nossa candidatura continue até o fim. Mas, de acordo com o andar da carruagem e das conversas, podemos compor. Desejo que as composições aconteçam. Essas conversas vão dizer quem vai ser governador, vice e senador. Acho que o resultado das próximas pesquisas e o que vai acontecer até o final de julho pode dizer.
Você já considera a possibilidade de ser vice do Reguffe?
O Reguffe é um dos políticos que eu mais confio no Brasil. Eu realmente acredito e estou confiante que estaremos juntos na mesma chapa ou num mesmo projeto. Gostaria de estar na cabeça da chapa, mas, o Reguffe pontua melhor do que eu na maioria das pesquisas, tem mais tempo de TV e tem mais partidos que o apoiam. Ao contrário de outras conversas, hoje, o Reguffe é quem, de fato, no retrato atual, tem as melhores condições para ir a um embate com o governador Ibaneis.
O tempo de televisão que vocês têm vai ser bem grande pela estrutura dos partidos?
Sim, além disso, o Reguffe reúne outros partidos e o PSB tem bom tempo. Certamente, teremos mais tempo que o próprio Ibaneis.
O governador tem máquina, estrutura, partidos que estão com Bolsonaro. Acha que vai ser uma campanha programática, propositiva ou de ataques?
Ele vai estar brigando com a realidade dos fatos. Ele criou estruturas em muitos órgãos para investir mais em propaganda nesse começo de ano e até por isso ele conseguiu arrefecer um pouco da rejeição que ele tinha no começo do ano e melhorar a imagem dele e do governo. Vamos ajuizar uma ação contra ele, porque o governo está fazendo propaganda do Ibaneis e não das ações do governo. Uma propaganda a um pré-candidato.
Houve uma reunião com representantes da federação e vocês pediram um tempo para dar uma resposta sobre uma possível aliança com esse grupo. O que ainda pretendem pensar e analisar?
Na verdade, a gente gostaria de entender se ainda havia algum espaço para ter o apoio da federação. Falamos mais uma vez que não vemos nenhum sentido em abrir mão da cabeça de chapa em uma composição com a federação. Pontuamos melhor, temos melhores resultados nas pesquisas quantitativas e qualitativas, ampliamos mais para o centro e as pessoas precisam entender que é uma super vontade. Nós precisamos, para ganhar as eleições, ampliar para o centro. Não adianta imaginar que se a gente jogar para o nosso nicho se vai vencer as eleições, porque não vai. Então precisamos ampliar e entender outros fatores que precisam ser considerados.
Como você vê um crescimento
do PT em Brasília?
Creio que seja um voto anti-Bolsonaro e em uma realidade que ficou para trás. A gente olha para tanto retrocesso que acontece atualmente, para a corrupção no MEC, para a probabilidade de ter um presidente que comandou um esquema de corrupção dentro do Ministério da Educação, a gente vê retrocessos também na saúde, no meio ambiente, na imagem do país no exterior. As pessoas se lembram de como isso era há dez anos atrás. Então, elas votam muito mais pensando com o estômago, com as lembranças. É um voto emocional. A decisão do voto é ligada às emoções. Além disso, a volta da miséria, da fome, a queda do poder aquisitivo, a queda do salário mínimo: com certeza, tudo isso contribui para esse voto no presidente Lula.
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