Responsável por 2,5% do produto interno bruto (PIB), a atividade turística é de fundamental importância para a economia do Distrito Federal e, após os anos mais difíceis da pandemia, acredita-se que o momento é de retomada. Com o intuito de trazer inovação e fomentar ainda mais o turismo na capital, o DF recebe a primeira Feira de Empreendedorismo Turístico e Criativo (Fetuc). A programação, que tem início amanhã, traz palestras, oficinas, rodadas de negócios, stands e apresentações artísticas. O evento acontecerá até o próximo dia 19, no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte).
Organizada pela Associação de Educação, Esporte, Cultura e Economia Criativa (AECEC), com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), e com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal (SDE-DF) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF), a ação, gratuita, busca fomentar e capacitar os negócios do turismo. Em sua primeira edição, traz novas tecnologias e debate inovações para o mercado brasileiro. Com uma programação variada, a Fetuc receberá ao todo 18 palestrantes de todo País, além de atrações gastronômicas e apresentações culturais.
Gustavo Sá, organizador do evento, explica que a vocação turística de Brasília é, cada vez mais, vista pela população. "Nós sempre vimos a questão administrativa, ou política da cidade. Mas Brasília está se descobrindo como rota turística. Cheia de coisas interessantes, que muitos de nós desconheciam", afirma. Por isso, o momento é de qualificação. "Quando vamos para o exterior, é incrível a diferença de como as pessoas lidam com o turista. Então, essa feira vem com esse objetivo", explica.
Gustavo reitera, ainda, que o evento é composto, majoritariamente, por produtores e fornecedores da capital. "Estamos trazendo atrações internacionais, mas grande parte é feita por nós, estamos tendo o cuidados de nos promover de forma adequada", cita. Ainda, de acordo com o organizador, uma das consequências do turismo regional é a estruturação e organização dos grupos da cidade. "Até pouco tempo, as coisas eram isoladas. Um exemplo é a rota do Lago Oeste, que foi recém criada pela Setur-DF.
Esses núcleos e comunidades estão se estruturando para criar produtos atrativos e essa teia vai se construindo, chamando a atenção das pessoas", diz.
Destino de lazer e negócios
Compras, cultura, estudos, eventos, saúde, visita a amigos e parentes costumam fazer parte da lista de motivações para o turismo em uma cidade. Na capital, segundo o levantamento de 2021 feito pela Secretaria de Turismo do DF, lazer e negócios são destaques. Os dados são da Pesquisa de Perfil do Visitante do destino Brasília/DF. Para o turista que viaja motivado a lazer o gasto médio — considerando uma estadia de três dias em Brasília — é de R$ 1.522,12. Sendo gastos com hospedagem 15,3%, com transporte 41,7%, e outras despesas 42,9%.
Já o turista que viaja motivado a negócios, tem como gasto médio R$ 1.761,20, sendo gastos com hospedagem 21,8%, com transporte 36,7%, e outras despesas 41,5%. Paulo Palhas, executivo do Região Convention & Visitors Bureau (BRC&VB) — fundação de caráter privado, sem fins lucrativos, que visa divulgar Brasília como destino turístico, a partir do apoio à captação de eventos — justifica o crescimento do turismo. "A cidade tem um potencial incrível que pode ser explorado", diz.
Entretanto, o turismo foi fortemente afetado nos últimos dois anos por conta da pandemia do novo coronavírus, e os empreendedores desse setor precisaram se reinventar. Em 2021, o setor turístico percebeu um aumento de 12% do faturamento em relação a 2020, equivalente a R$ 152,4 bilhões, mas o valor ainda continua abaixo da média antes da pandemia.
Paulo ressalta, ainda, a importância de se falar do turismo na capital. "É importante que as pessoas tenham consciência das possibilidades atrativas que temos", conclui.