Denúncia

Candidatos de concurso da SES-DF denunciam possíveis irregularidades

Prova foi aplicada na tarde de domingo (26/6). Segundo as informações obtidas pelo Correio, fiscais entregaram os cadernos de questões enquanto havia candidatos fora da sala, além de outras irregularidades

Nesta segunda-feira (27/6), denúncias de possíveis irregularidades no concurso para enfermeiro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) vieram à tona. Candidatos que realizaram a prova, organizada pelo Instituto Brasilieiro de Formação e Capacitação (IBFC), relataram situações como a entrega de cadernos de questões sem que todos estivessem na sala, superlotação, desorganização na ida ao banheiro, entre outras transgressões ao processo.

Um dos participantes, que preferiu não se identificar, disse ao Correio que houve muita desordem. Ele afirmou que fez a prova na unidade da Estácio, localizada em Taguatinga Sul. “Os fiscais estavam despreparados. Na minha sala, começou a prova e, depois de 10 minutos, mandaram parar, mas alguns candidatos permaneceram realizando a prova”, destacou. “Além disso, as salas estavam mega lotadas, sem identificação na cadeira, não tinha sacos para colocar celular e os candidatos conversavam na sala, parecia que a prova era em dupla”, detalhou o denunciante.

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Outro candidato, que também não quis ser identificado, reforçou a denúncia, afirmando que as salas estavam lotadas. “Não só eu, como uma turma de enfermeiros, passaram pela mesma situação. Tinha uma aluna perto de mim, do meu lado, colando, sem o maior constrangimento", afirmou. Apesar dos fatos, o denunciante disse que a prova seguiu normalmente. O Correio recebeu fotos e vídeos — de corredores e salas — de locais onde estariam sendo realizadas a prova. Confira as imagens:

Material cedido ao Correio - Corredores estavam lotados com participantes que estavam aguardando para entrar nas salas.
Material cedido ao Correio - Fotos mostram salas sem distanciamento, uma das reclamações entre os candidatos

Indícios de irregularidades

O deputado distrital Jorge Vianna (PSD) também realizou o concurso da SES-DF. Ao Correio, o político disse que a intenção foi ver a dinâmica da prova. “Isso porque já tivemos muitos problemas com relação a concurso, aqui em Brasília, para a área de saúde”, apontou. Ele destacou que, no local onde prestou o concurso, os portões abriram no horário previsto. “O que me chamou atenção foi que tinha muita gente na minha sala. Eram 81 pessoas num espaço que, em tese, deveria ter pelo menos a metade, ainda mais em momento de pandemia, para manter o distanciamento”, reclamou Vianna.

Contudo, o distrital afirmou que recebeu denúncias de que haviam locais com mais de 100 candidatos por sala. “A gente sabe que tem muita sala que é grande. Mas, mesmo assim, ficou muito apertado, muito próximo uma carteira da outra”, reforçou. Outro relato destacado por Jorge Vianna foi o de que havia somente um tipo de prova. “Já pedi para o meu gabinete fazer o pedido de explicações para a empresa (que realizou o concurso)”, ressaltou o deputado. “Se houver irregularidades comprovadas, vamos pedir a anulação da prova”, garantiu.

Respostas

O Correio entrou em contato com o Governo do DF e com o IBFC. Em nota, a SES-DF informou que o concurso não é realizado pela pasta. “A banca especializada teve autonomia para organizar o concurso e contratar as pessoas que trabalharam no dia da prova”, destacou o órgão. Até a publicação desta matéria, o instituto que organizou o certame não retornou o contato. O espaço segue aberto para esclarecimentos da empresa.

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