Prisão

Falsa enfermeira vendia cirurgias

Jordana Pereira dos Santos, 46 anos, alegava ser servidora da Secretaria de Saúde (SES-DF), o que era uma mentira. Os policiais descobriram que, na verdade, a mulher só teria trabalhado na pasta entre 2013 e 2014 em um cargo comissionado na área administrativa do Hospital de Base

Darcianne Diogo Edis Henrique Peres
postado em 02/07/2022 00:01
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

Quase seis meses depois de uma minuciosa investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, ontem, uma falsa enfermeira acusada de "vender" vagas para a realização de procedimentos cirúrgicos em hospitais públicos, marcação de exames e até para leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). Às vítimas, Jordana Pereira dos Santos, 46 anos, alegava ser servidora da Secretaria de Saúde (SES-DF), o que era mentira.

Investigadores da Delegacia de Repressão à Corrupção (Drcor) deram início às apurações após receberem inúmeras denúncias informando que a suposta enfermeira vendia vagas de cirurgia e, mesmo após o pagamento, não cumpria como prometido. Os policiais descobriram que, na verdade, Jordana não era servidora da Secretaria de Saúde e só teria trabalhado na pasta entre 2013 e 2014 em um cargo comissionado na área administrativa do Hospital de Base. "Embora em determinadas situações ela não conseguisse a vaga e apenas embolsasse o dinheiro, em diversas outras ocasiões ela, de fato, conseguiu a vaga. Esperamos que o material colhido nas buscas nos indique a forma como ela conseguia isso e, principalmente, se houve a participação de algum servidor público efetivo", afirmou o delegado Rogério Alves Dantas, diretor da Drcor.

Para os pacientes, a mulher se apresentava com nomes diferentes e como enfermeira de diferentes hospitais, a fim de convencê-los de que tinha condições de burlar a fila de espera. Durante as diligências, os policiais descobriram, ainda, que a criminosa atuava dessa forma, pelo menos, desde 2018, e indicava contas bancárias de amigos e parentes para o recebimento dos pagamentos. "Também foi identificada uma pessoa com alguns vínculos políticos que encaminhava pacientes a principal investigada para que esta também conseguisse vagas para tais pacientes e, em contrapartida, a suposta enfermeira recebia a promessa de vagas de emprego para pessoas de seu interesse", frisou o delegado.

Prisão

Na manhã de ontem, policiais cumpriram um mandado de prisão temporária contra Jordana e seis mandados de busca e apreensão nas casas de pessoas responsáveis por emprestar as contas, no Gama, em Santa Maria e no Recanto das Emas. A mulher pode responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsificação de Documento e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 24 anos de prisão.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde alerta a população que não é feita qualquer cobrança relativa ao atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). "Caso o cidadão identifique esse tipo de situação, deve procurar os órgãos de polícia para formalizar denúncia." A pasta ressaltou, ainda, que as solicitações de internações são administradas pela Central de Regulação, que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana, seguindo critérios específicos que variam de forma individual para cada paciente, considerando necessidades clínicas distintas.

 

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