VARÍOLA DOS MACACOS /

Segundo caso sob investigação

Depois de a Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmar o primeiro caso da doença, no sábado, a capital do país tem mais um paciente com suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, causador da enfermidade

Ana Isabel Mansur
postado em 05/07/2022 00:01
 (crédito: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)/Divulgação)
(crédito: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)/Divulgação)

O Distrito Federal entrou para a lista de unidades da Federação com casos confirmados de varíola dos macacos. O Ministério da Saúde registrou o primeiro diagnóstico positivo na capital do país no fim de semana. O paciente, com idade entre 30 e 39 anos, havia retornado de viagem à Alemanha recentemente. Agora, uma segunda pessoa com suspeita da doença aguarda a conclusão dos exames que vão confirmar ou descartar a infecção viral. "Estamos esperando o resultado das análises", afirma o subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Divino Valero. "O retorno (dos testes) depende da cronologia de coleta e do envio da amostra para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro). Como vários estados têm mandado materiais, dependemos da capacidade do laboratório", completa.

O brasiliense com quadro confirmado de varíola dos macacos e os pacientes com suspeita da doença estão em isolamento domiciliar. Eles seguem sob monitoramento das equipes de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF). "Todos passam bem", comunicou a pasta. A reportagem consultou a Fiocruz para pedir detalhes sobre o andamento das análises, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.

A infectologista Ana Helena Germoglio destaca que, embora acarrete, principalmente, preocupações estéticas, a doença não deve ser menosprezada, pois se trata de uma enfermidade com evolução longa e necessidade de isolamento. "Por enquanto, ela é considerada grave para crianças pequenas, gestantes e pacientes imunossuprimidos, mas não deixa de ser preocupante", reforça. Para a médica, a atenção maior se deve ao estágio de transmissão local, como percebido em outras regiões do Brasil. "O vírus (monkeypox) circula livremente em São Paulo, por exemplo. Então, não podemos nos prender apenas aos casos isolados (como no DF). Pode haver outros diagnósticos (não detectados ainda)", alerta.

Contágio

A notificação do primeiro caso da doença em território brasileiro partiu do Ministério da Saúde, em 9 de junho. Até o momento, há 78 diagnósticos confirmados. Além do DF, São Paulo (52), Rio de Janeiro (16), Minas Gerais (3), Ceará (2), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Rio Grande do Norte (1) contabilizam pacientes com varíola dos macacos. Outros 40 registros suspeitos seguem sob investigação nos seguintes estados: São Paulo (12), Rio de Janeiro (8), Minas Gerais (4), Ceará (3), Acre (2), Espírito Santo (2), Paraná (2), Santa Catarina (2), Amazonas (1), Goiás (1), Mato Grosso do Sul (1), Piauí (1) e Rio Grande do Sul (1).

Apesar do nome, os macacos não são hospedeiros do vírus da varíola, e esses animais são tão afetados pelo monkeypox quanto os seres humanos. A virose se transmite por meio respiratório, fluídos corporais, lesões na pele e por contato próximo ou prolongado. O contágio também se dá a partir de objetos contaminados, pois o agente infeccioso sobrevive por até 90 horas em superfícies. O período de incubação — tempo decorrido até o surgimento dos primeiros sintomas — varia de seis a 13 dias, e esses sinais podem durar de duas a quatro semanas, segundo a SES-DF.

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Cuidados

Orientações para pacientes com suspeita da doença

Pacientes com sintomas devem se isolar em locais com boa ventilação natural;

Em caso de circulação nos mesmos ambientes que outras pessoas, deve-se usar máscara cirúrgica;

Lavar as mãos com frequência, preferencialmente com água e sabonete líquido;

Usar toalhas de papel descartável para secar as mãos;

Não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama.

Principais sintomas

Febre;

Erupções na pele;

Dor de cabeça;

Fraqueza;

Calafrios;

Linfadenopatia (inchaço em pequenas glândulas, especialmente nas regiões perto do pescoço).

Fonte: Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e Ministério da Saúde

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