Momentos de terror e desespero marcaram uma partida de futsal entre times amadores em um ginásio de Santa Maria. O que era para ser uma comemoração terminou com duas pessoas mortas e uma ferida. Cleiton da Cruz Araújo, 33 anos, e Lucas Menezes Carvalho Torres, 27, foram executados a tiros na área externa do complexo esportivo. A barbárie também vitimou a estudante de enfermagem Isabella Raíssa dos Santos, 19, que está internada no Hospital de Santa Maria. Cleiton era um dos 25 atletas que compunham o clube de futebol Athalantas, da Cidade Ocidental (GO). Ao Correio, o dirigente do time, que preferiu não revelar o nome, contou que estava no local e detalhou os instantes de tensão.
O jogo começou às 20h15 e concentrou um público de mais de 30 pessoas. A disputa foi acirrada e garantiu a vitória por 9 x 3 do Athalantas contra o Cruzeirinho. Existente há mais de 30 anos, o Athalantas é um clube conhecido no Entorno do DF, do qual Cleilton era membro há cerca de um mês. Em meio às celebrações, o jovem saiu do ginásio para ir ao carro, que estava estacionado em frente ao complexo esportivo. "O jogo tinha acabado e começaria outro logo em seguida, com times diferentes. Passou um tempo, e eu escutei um barulho forte. Por um instante, pensei que eram fogos de artifício de comemoração", relatou o presidente do time.
Após o primeiro explosivo, o dirigente ouviu novos barulhos. "Foram mais de 30 tiros", disse. Ele descreveu o momento como um cenário de terror. "Corremos para os fundos do ginásio para se esconder. Muita gente pulou o portão para sair correndo e, até então, não sabíamos que uma das vítimas era o Cleiton. Depois que passou tudo, fomos lá fora, e eu soube que era ele. A gente entra em pânico, né? Parece que a ficha não caiu. É como se estivéssemos em um pesadelo sem conseguir acordar", lamentou.
Apesar de Cleiton ter entrado no clube há pouco tempo, o dirigente descreve o rapaz como esforçado e dedicado. "Posso falar dele dentro de campo. Não tínhamos afinidade, mas ele dava o sangue. Não faltava jogo. É uma tristeza para todos nós", completou.
Investigação
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura o que teria motivado o crime e trabalha para identificar os suspeitos. Segundo as investigações, os executores chegaram encapuzados em dois carros e efetuaram os disparos.
A jovem baleada está internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Ontem, o Correio esteve no local e conversou com a mãe da estudante, Jacqueline Celestino. Segundo a empresária, a filha está estável e se recupera bem. "Hoje, ela caminhou pelo quarto", disse.
A mulher negou que a filha estivesse em estado gravíssimo ou grávida. Afirmou, ainda, que a jovem não fará transfusão de sangue. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.
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