Casa de Viagens

Expectativa para a retomada

Correio Braziliense
postado em 16/07/2022 00:01
 (crédito: Casa de Viagens/Divulgação)
(crédito: Casa de Viagens/Divulgação)

O fluxo de turistas diminuiu consideravelmente no ano passado devido à pandemia da covid-19 e ao cenário econômico no país. Estima-se que 87,3% dos brasileiros não viajaram em 2021, o que desencadeou um prejuízo de R$ 485 bilhões. Os dados foram divulgados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) — Turismo 2020-2021, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, é esperado uma retomada em breve. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a oferta de voos domésticos cresceu em maio de 2022 e atingiu índices pré-pandemia. Segundo o levantamento, a oferta e a demanda trouxeram uma alta de 6% no que diz respeito às viagens aéreas quando comparado ao mesmo período em 2019. Além disso, o número de passageiros transportados no mês ultrapassou a marca dos 6,4 milhões.

Carlos Alberto Vieira, dono da Casa de Viagens, sentiu o reaquecimento do trade. O empresário conta que nos últimos seis meses foi possível vender 50% a mais que no ano anterior, quando boa parte dos clientes retomaram suas atividades. "No nosso caso, as viagens de lazer para a região Nordeste lideram. Em segundo lugar, Gramado. Para o exterior, Portugal e França. Depois, Argentina, com Buenos Aires e Bariloche", informa Carlos.

Com 22 anos de experiência no mercado turístico, Carlos reforça a importância do serviço prestado pelas agências. "Principalmente para aqueles clientes que não têm tempo de cuidar de si, porque estão ocupados cuidando dos próprios negócios. O agente de viagens pesquisa, informa, reserva, dá prazo para decisão, facilita o pagamento e assessora o cliente, seja pessoa física, jurídica ou governo. O turismo é um dos setores que mais gera emprego, oportunidade e renda", comenta.

O empresário conta que, para os próximos seis meses, a expectativa é de um aumento nas pesquisas por viagens nacionais e por alguns destinos internacionais. Contudo, Vieira pondera algumas mudanças de hábitos dos consumidores. "Nas viagens nacionais, com o aumento das tarifas aéreas, houve uma redução da duração dos pacotes de viagem para que se tenha valores mais palatáveis para os clientes", explica.

Outra tendência que se destacou recentemente foi a procura por pacotes para o Catar, devido a Copa do Mundo que será realizada de 21 de novembro a 18 de dezembro. Entretanto, o preço pesou no bolso dos brasileiros, que reconsideraram a possibilidade de ir para o Médio Oriente. "Tivemos uma procura boa, mas as tarifas em moeda estrangeira assustavam os clientes e, ao converter para o real, mais ainda. Além dos valores, o Catar, por sua localização, ainda não é um destino atrativo. Porém, creio que a Copa será um sucesso para a região", destaca.

Passagens nas alturas

Indicador prévio da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado pelo IBGE, apontou que nos últimos 12 meses até junho, houve o aumento de 123,26% no preço das passagens aéreas brasileiras. Ainda assim, embora as atividades turísticas estejam retomando de forma gradativa, esse aumento é preocupante para o trade.

No começo do mês de julho, a Anac informou que o custo médio da tarifa aérea doméstica, comercializada de janeiro a abril de 2022, manteve a tendência de elevação, com alta de 21,52% quando comparado ao mesmo período de 2019.

Além disso, de acordo com a entidade, o querosene de aviação (QAV) acumulou uma alta de 96,7% no período, quando comparado com os preços praticados entre os meses de janeiro e abril há três anos. A agência também afirma que o querosene de aviação teve peso de 36% na planilha de custos das empresas.

"Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. Os preços de venda do QAV da Petrobras para as companhias distribuidoras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Conforme resultado da aplicação da fórmula contratual, em primeiro de julho foi implementado reajuste médio de 3,9%", explicou a Anac em nota.

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