Eleições 2022

Bolsonaro sinaliza apoio a Arruda na disputa pelo palácio do Buriti

"Goste ou não goste, o Arruda é benquisto no DF", destacou o presidente ao comentar sobre quem seria o seu preferido na corrida pelo GDF. Pesquisa do Instituto Quaest aponta empate técnico entre os dois candidatos

Thays Martins
postado em 19/07/2022 06:00 / atualizado em 19/07/2022 13:23
 (crédito: Sergio Lima / AFP)
(crédito: Sergio Lima / AFP)

Um dia após o Correio publicar pesquisa do Instituto Quaest, em que destaca o empate técnico entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e o ex-governador José Roberto Arruda (PL) na corrida ao Palácio do Buriti, o presidente Jair Bolsonaro (PL) acenou que deve apoiar a candidatura de Arruda. Ao ser questionado por jornalistas a quem terá seu apoio na disputa, Bolsonaro destacou que "goste ou não goste, o Arruda é benquisto no DF". Informações de bastidores sinalizavam que Bolsonaro apoiaria o ex-governador do DF, principalmente por ser da mesma legenda.

Os apoiadores de Bolsonaro no DF estão divididos entre a chapa de Ibaneis Rocha, que busca a reeleição  — com a presença da ex-ministra Damares Alves (Republicanos), como candidatada ao Senado; e da deputada Celina Leão (PP) como vice — e a chapa de Arruda. O ex-governador se tornou elegível por decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que deferiu liminares para conceder efeito suspensivo a recursos de Arruda contra duas de suas condenações por improbidade administrativa.

Sobre Damares Alves, Jair Bolsonaro disse que não sabia da pretensão da ex-ministra de disputar as eleições — ela é pré-candidata ao Senado. "Fui surpreendido com essa chapa, não tinha conhecimento, alguns acham que eu tenho ascendências a Damares, não tenho. A Damares é dona de si", afirmou.

A pesquisa do Instituto Quaest, contratada pelos Diários Associados, indicou que, com o apoio do presidente, Arruda assume a dianteira nas intenções de votos, acima da margem de erro. No momento, Ibaneis soma 28% das intenções de voto e Arruda tem 25%, um empate técnico na margem de erro. Com o apoio de Bolsonaro, Arruda sobe para 29% e Ibaneis fica com 18%.

Corrida

A pesquisa ainda mostra o senador José Antônio Reguffe (União Brasil) em terceiro, com 11%, que também está tecnicamente empatado com a quarta colocada, a senadora Leila Barros (PDT), que aparece com 9%. O senador Izalci Lucas (PSDB) vem em seguida, com 5%, com o deputado Leandro Grass (PV), da federação PT-PV-PCdoB, colado, com 4%. O pré-candidato do PSB, Rafael Parente, registrou 2% e Keka Bagno (PSol), da federação PSol-Rede Sustentabilidade, tem 1%.

Em relação à disputa pelo Palácio do Planalto, a pesquisa do Instituto Quaest aponta Bolsonaro com 36% das intenções de voto entre os eleitores do Distrito Federal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 32%. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Um aliado importante

JÉSSICA EUFRÁSIO

Com a pré-candidatura praticamente articulada, o ex-governador José Roberto Arruda (PL) aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para definir os planos de campanha. Os indicativos são de que ele disputará novamente a vaga do Palácio do Buriti, e a fala de Jair Bolsonaro (PL) a jornalistas reforçou a expectativa do presidente da República de contar com o palanque do correligionário.

Não só o fato de integrarem o mesmo partido aproxima os dois. A esposa do ex-governador, Flávia Arruda (PL), que concorrerá ao Senado, atuou como ministra-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro. A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), por exemplo, embarcou na chapa de Ibaneis Rocha (MDB) como pré-candidata ao Senado, mas Flávia e José Roberto Arruda se mantiveram firmes com o presidente da República. 

A configuração de um cenário mais à direita formado pelos dois pré-candidatos ao governo do DF exigirá empenho da esquerda para reverter o quadro. Não só pelo resultado de pesquisas de intenção de voto, mas por figuras e partidos tradicionais da política que estarão no páreo. Enquanto Ibaneis costura com legendas conservadoras, Arruda terá apoio de Bolsonaro e, provavelmente, da família Roriz, cujos integrantes mudaram para o PL neste ano.

Cientista político e professor da pós-graduação do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Edvaldo Fernandes observa um movimento diferente do percebido em 2018, quando o eleitorado deu preferência a nomes de fora da política ou menos conhecidos. "O campo da direita e da centro-direita tem se fortalecido no DF. E, se Bolsonaro conseguir costurar, o Arruda é um candidato forte. Mesmo com a questão da corrupção, as pessoas têm memória de um governo realizador, o que construiu uma boa reputação para ele e acabou empolgando eleitores que estão com saudades de políticos tradicionais", avalia.

 

 


 

 

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