São João

Elite do Cerrado vence módulo de acesso no Circuito de Quadrilhas do DF

Além da campeã, as juninas "Eita Bagaceira" e "Pinga em Mim", que conquistaram o segundo e terceiro lugar na competição respectivamente, devem subir para competir no Grupo Especial em 2023

Samuel Calado
postado em 19/07/2022 19:25 / atualizado em 19/07/2022 23:36
 (crédito: Linqdfe/Marcello Candido)
(crédito: Linqdfe/Marcello Candido)

Após liderar em todas as etapas, a quadrilha "Elite do Cerrado" conquistou o título de campeã do módulo de acesso no Circuito de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e entorno de 2022. O segundo e terceiro lugar ficaram com as juninas “Eita Bagaceira” e “Pinga em Mim”, respectivamente.  Com o resultado, o trio deixa o módulo de acesso e sobe para competir na categoria especial em 2023. Ao todo, 14 grupos participaram da disputa e receberam R$ 3.125,00 por cada apresentação. O festival passou pelas regiões administrativas Santa Maria, Octogonal, São Sebastião e Cruzeiro. Já os troféus foram entregues no último domingo (17/07) pela Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e entorno (Linqdfe), organizadora do evento.

Ana Carolina, marcadora da junina Elite do Cerrado.
Ana Carolina, marcadora da junina Elite do Cerrado. (foto: Linqdfe/Marcello Candido)

A Elite trouxe para os arraiais o tema Sertão, lugar de mulher valente que enalteceu a força feminina na cultura popular. Um dos principais destaques da encenação foi a estreia da marcadora Ana Carolina Nóbrega, de 22 anos. Mesmo sem experiência no arraial, a jovem conquistou o título de “melhor marcadora” em todas as edições. “Me sinto honrada. Quando recebi o convite para marcar a Elite fiquei nervosa. Eu dançava em quadrilha de igreja e no circuito tudo é mais intenso. Bateu um medo muito grande, principalmente pela pressão em conduzir a quadrilha, mas eu topei. Peguei o texto de repente e estudei o tema. Nosso prêmio é resultado do esforço de todo o grupo", disse a artista.

O colaborador da Elite contou que por pouco, a junina não se apresentava no ciclo devido as dificuldades enfrentadas nos dois últimos anos. “Sempre foi um objetivo nosso subir para o principal, mas a pandemia atrapalhou. Foi muito difícil. Na verdade, fazer quadrilha é uma missão para corajosos e nós resistimos. Agora, o sentimento é de dever cumprido e como conseguimos conquistar o objetivo, vamos nos empenhar o máximo para estar entre as melhores no ciclo do próximo ano”, contou o colaborador Alessandro Vieira de Souza.

Quadrilha "Eita Bagaceira", de Ceilândia
Quadrilha "Eita Bagaceira", de Ceilândia (foto: Linqdfe/Marcelo Candido)

Com o Casamento junino no caldeirão cultural nordestino, a "Eita Bagaceira" conquistou o segundo lugar. O troféu foi recebido com grande festa pela junina. Eles trouxeram quase 60 componentes entre brincantes e envolvidos com a produção. A quadrilheira e coordenadora Samara Rosa de Albuquerque Ribeiro, revelou que chorou bastante ao receber o resultado. “Quando a gente olha para uma quadrilha como a nossa que nem tem local de ensaio e se ajeita enfrentando frio no meio da rua, o sentimento é de superação. Dedicamos esse prêmio a nossa comunidade, que abraçou e se envolveu com o projeto. Quadrilha vai muito além de uma competição. São famílias restauradas. Pessoas que têm as vidas transformadas através do movimento junino. Muita gente em vulnerabilidade é resgatada e incluída através da cultura", ressaltou. Em agradecimento à comunidade pelo prêmio conquistado, o grupo se apresentará nos dias 30 e 31 de julho na EQN 8/11, no mesmo local onde acontecem os ensaios, em Ceilândia. 

Junina Pinga em Mim, do Paranoá
Junina Pinga em Mim, do Paranoá (foto: Linqdfe/Marcelo Candido)

“Não tem explicação. Foi uma realização imensa. Eu só acreditei que ganhamos quando eu acordei e vi o troféu lá em casa”, disse o presidente, coreógrafo e noivo da quadrilha “Pinga em Mim”, Diones Mendanha. O grupo conquistou o terceiro lugar com o espetáculo Como é ser diferente no olhar de quem julga a gente e não consegue entender. Eu sou igual a você. O grupo, do Paranoá, veio com apenas 14 brincantes com faixa etária entre 12 e 40 anos. “Ficamos felizes por ter conseguido transmitir a mensagem. É preciso discutir racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos dentro do arraial. Não foi fácil. Trouxemos pessoas que nunca dançaram quadrilha junina para o arraial. Gente que não tinha dimensão do que era fazer quadrilha, mas que se dedicou ao máximo para fazer o melhor", contou. 

 

Confira o resultado

1. 718,2 - Elite do Cerrado
2. 714,4 - Eita Bagaceira
3. 712,6 - Pinga em Mim
4. 712,0 - Chinelo de Couro
5. 710,2 - Coisas da Roça
6. 709,4 - Aquarela Nordestina
7. 702,1 - Matingueiros do Sertão
8. 699,2 - Os caboclos do Sertão
9. 695,9 - Saca Rolha
10. 692,5 - Mala Véia
11. 686,6 - Espalha Brasa
12. 678,6 - Flor do Mamulengo
13. 513,5 - Triscou Queimou
14. 0,5 - Caipiras de Fé

Sobre a final do módulo de acesso, o organizador e presidente da Linqdfe, Márcio Nunes comentou sobre a responsabilidade para as juninas que estão subindo para competir no módulo especial. “Não foi um ano fácil. Mesmo sem premiação, houve uma dedicação imensa das quadrilhas. Cada grupo se dedicou e se doou bastante. Para que ascendam, é um grande desafio. É se preparar para enfrentar um grupo forte. As quadrilhas que subiram se dedicaram bastante e colheram bons frutos". As quadrilhas do grupo especial disputam neste final de semana, dias 23 e 24 no Taguapark, em Taquatinga. 

 

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  • Quadrilha Elite do Cerrado, de Santa Maria
    Quadrilha Elite do Cerrado, de Santa Maria Foto: Linqdfe/Marcello Candido
  • Ana Carolina, marcadora da junina Elite do Cerrado.
    Ana Carolina, marcadora da junina Elite do Cerrado. Foto: Linqdfe/Marcello Candido
  • Quadrilha
    Quadrilha "Eita Bagaceira", de Ceilândia Foto: Linqdfe/Marcelo Candido
  • Junina Pinga em Mim, do Paranoá
    Junina Pinga em Mim, do Paranoá Foto: Linqdfe/Marcelo Candido
  • Quadrilha
    Quadrilha "Eita Bagaceira", de Ceilândia Foto: Linqdfe/Marcelo Candido
  • Junina Pinga em Mim, do Paranoá
    Junina Pinga em Mim, do Paranoá Foto: Linqdfe/Marcelo Candido
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