Estima-se que o setor de eventos, cultura e entretenimento movimente R$ 270 bilhões anualmente, realizando mais de 590 mil atividades em todo o país e gerando cerca de 23 milhões de empregos diretos e indiretos. Os valores correspondem a 4,32% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de acordo com a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), e reforçam a importância do segmento para impulsionar a economia do Brasil.
Para Renata La Porta, empresária e presidente da Associação de Buffets do Distrito Federal (ABDF), o retorno das atividades após dois anos de pandemia tem sido expressivo para o setor. "A retomada veio em ritmo alucinante! As pessoas saíram da pandemia ávidas por reencontrar seus familiares e amigos e celebrar a vida. Até o ritmo dos eventos mudou: os convidados chegam cedo e ficam a festa toda, querem provar tudo e aproveitar cada minuto. Uma energia incrível e muito gostosa", comenta.
O retorno foi esperado por muitos empresários, visto que houve uma ruptura significativa na economia dos empreendimentos nos últimos dois anos. Com a paralisação quase integral de todo o segmento, a Abrape estima que 350 mil eventos foram cancelados em 2020, impactando no faturamento de R$ 90 bilhões para o setor. No ano seguinte, mais de 530 mil atividades deixaram de ser realizadas, como shows, festas, congressos, rodeios, eventos esportivos, sociais e teatros. O déficit em 2021 foi de R$ 140 bilhões, com a demissão estimada de 450 mil pessoas.
Chef e dona do Renata La Porta Buffet, a empreendedora Renata relembra as dificuldades que surgiram com a pandemia. "A maioria dos setores teve redução nos seus faturamentos, enquanto o nosso foi totalmente paralisado, com faturamento zero. Uma tragédia e um desafio imenso para todos que trabalham na área. Fazíamos até 30 eventos por semana e de repente passamos a fazer nenhum. Não há planejamento financeiro que aguente um baque desse por muito tempo. Foi duro, duríssimo", detalha.
O setor, por ser um dos mais afetados pela crise sanitária, precisou do suporte para a reestruturação das atividades. Em junho deste ano, o Senado aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 14/2022, responsável por prorrogar, até o fim de 2023, a medida provisória (MP) que permite a remarcação de serviços culturais e de turismo que foram adiados ou cancelados nos últimos meses devido a pandemia. A decisão traz um respiro para o segmento, que aguarda a sanção da Presidência da República.
Com a decisão, o setor tende a se restabelecer, especialmente porque as atividades de entretenimento voltaram a preencher o dia a dia dos brasileiros. Para os próximos meses, na visão da empresária Renata, há grandes expectativas e um bom recomeço após dois anos pandêmicos. "Estamos muito felizes com a retomada e esperamos fazer mais festas do que nunca, uma mais linda e mais gostosa do que a outra. Estamos vibrando de alegria que se reflete na nossa gastronomia e no serviço. Muita gratidão por poder realizar nossa missão, que é celebrar", diz.
No que diz respeito à economia, a dona do Renata La Porta Buffet, um dos serviços mais tradicionais de Brasília, conta que o faturamento nos primeiros meses do ano foi significativo. "Estamos empenhados em reverter essa queda percentual através de controles e gestão mais afiada", comenta. Além disso, para Renata, a comida é a maior rede de conexão que existe. Por isso, a expectativa com a retomada do negócio é grande.
Com o Renata La Porta Buffet, a empresária consegue promover momentos inesquecíveis para os consumidores. "As experiências gastronômicas de um evento costumam ser as mais profundas e duradouras. Prova disso é que sempre temos pedidos do tipo 'quero comer aquele bacalhau do casamento do meu primo, há 10 anos. Nunca esqueci'", destaca.
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