A pré-candidata do PSol ao Palácio do Buriti, Keka Bagno, esteve na semana passada com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), Roberval Belinati, para pedir apoio contra a possibilidade de violência nas eleições. Estava acompanhada de integrantes da legenda, entre os quais o deputado distrital Fábio Félix e a presidente regional do PSol, Tetê Monteiro. O partido está preocupado porque já sofreu a perda de Marielle Franco e confrontos por intolerância têm pipocado nas redes sociais. Piorou depois do assassinato do militante petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR). Desde que tomou posse, Belinati tem se preocupado com isso. Pediu paz aos partidos políticos e já teve reuniões com o secretário de Segurança, Júlio Danilo, e com o secretário-executivo da Polícia Federal, Sandro Avelar. Félix diz que há um grande receio de violência contra candidatos negros e LGBTIA .
Chega de lenga-lenga
A executiva nacional da federação PSDB-Cidadania marcou mais uma reunião para decidir quem vai mandar no partido: Izalci Lucas (PSDB) ou Paula Belmonte (Cidadania). Os dois conversam com todos os partidos fora da base do governador Ibaneis Rocha (MDB). Mas os interlocutores não sabem se um acordo vai valer. Paula diz que vai levar. Izalci diz que vai levar. E a federação nacional é tucana. Fica em cima do muro. Nunca toma uma posição clara. Ninguém aguenta mais essa lenga-lenga.
Fogo amigo
Entre aliados de Agnelo Queiroz, há uma avaliação de que o movimento dentro do PT para impedir a candidatura do ex-governador à Câmara dos Deputados tem ligação com a disputa interna. Eles dizem que se trata de uma estratégia para manter a deputada Érika Kokay (PT) sem ameaças de ficar em segundo lugar e possivelmente não se eleger. Mas os contrários à candidatura de Agnelo dizem que estão apenas defendendo o partido que pode perder os votos do ex-governador caso ele tenha o registro negado ou a candidatura anulada lá na frente. Apesar do embate no PT-DF, Agnelo vai concorrer graças a uma decisão da direção nacional.
Solo
A chance de Rafael Parente (PSB) sair candidato a governador, mesmo sem alianças é grande. A avaliação no partido é de que ele está no mesmo patamar, em termos de intenções de votos, de outros candidatos do campo progressista e de centro. Então, vale a pena arriscar. Parente deve ter uma mulher como vice e pode concorrer ao GDF sem uma candidatura ao Senado.
Aliança vetada
Rafael Parente tem conversado com a senadora Leila Barros (PDT-DF), mas a direção nacional do PSB não topa apoiar a candidatura da ex-jogadora de vôlei ao governo no primeiro turno porque até hoje não digeriu a saída dela do partido. Leila tem um trunfo: sua eleição ao governo daria ao PSB uma senadora. Secretária dos governos Rollemberg e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, Leany Lemos (PSB) é a suplente de Leila Barros.
Em preparação para novas missões
Leany Lemos deixou a diretoria de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para integrar, como convidada, a Escola de Governo Blavatnik, da Universidade de Oxford. Serão quatro meses de estudos. Voltará afiada para novas missões.
Ibaneis ajuda a fragilizar Tebet
Com o apoio declarado ao presidente Jair Bolsonaro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) ajuda a fragilizar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência. Ela está cada dia mais sozinha, com grande parte de seu partido fechado com Lula.
Agora é oficial
A federação PT-PV-PCdoB e PSol-Rede promove hoje a convenção partidária para confirmar as candidaturas de Leandro Grass (PV) ao governo, Olgamir Amancia (PCdoB) como vice, e Rosilene Corrêa (PT) ao Senado. A federação PSol-Rede também lançará Keka Bagno (PSol) ao governo, Toni de Castro (PSol) como vice, e Pedro Ivo (Rede) ao Senado.
Mandou bem
A fiscalização de crimes eleitorais, boca de urna e propaganda irregular nos fins de semana das eleições será feita pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) com pessoal treinado e drones cedidos pela Polícia Federal.
Mandou mal
A ex-ministra Damares Alves achava que estava com tudo no grupo bolsonarista, mas foi cortada da chapa em que disputaria o Senado ao lado de Ibaneis Rocha, pelo presidente Jair Bolsonaro.
"Divergir é discordar de perspectivas, partindo do princípio de que desejamos a mesma coisa. Ser considerado antagônico de um corrupto condenado, responsável pelo maior esquema de assalto da história do país, cuja conta o povo está pagando até hoje, pra mim é motivo de orgulho!"
Presidente Jair Bolsonaro
"Eu não precisava ser presidente de novo. Eu podia guardar meu título de melhor presidente da história e ir viver os últimos anos da vida tranquilo. Mas eu vi esse país ser destruído. Vi a educação ser comandada por um cara que não gostava de educação. Então eu resolvi voltar"
Ex-presidente
Lula
À Queima Roupa
Ex-deputado federal Augusto Carvalho
"A resposta aos arreganhos da extrema direita tem de ser contundente, vitória no primeiro turno do candidato que representa a possibilidade de avançar, de defender as conquistas democráticas, e o Lula é o representante dessa possibilidade"
Você se filiou ao União Brasil. Vai disputar a eleição?
Me filiei ao União Brasil, aceitando honrosamente o convite me feito pelo Reguffe, por acreditar num processo de um partido que não teria candidato a nível nacional. Eu me sentia desafiado a participar desse momento muito difícil da vida nacional. Sinto que há uma polarização muito ruim para a sociedade, o acirramento de intolerâncias e eu pensava que haveria um universo de eleitores no DF que não gosta disso, e eu poderia ser representante desse segmento da sociedade que não se sente representado pelos polos. Mesmo eu já tendo declarado que não seria candidato a nada porque tenho uma missão aqui na ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil), mas, por entender que estamos diante de um desafio que é avançar na democracia brasileira ou retroceder das conquistas, eu me senti desafiado e admiti a possibilidade de ser candidato.
Então você vai disputar?
A conjuntura mudou. O União Brasil resolveu lançar candidato próprio e eu tenho dificuldades de acreditar numa alternativa a essa polarização que está instalada na sociedade e nas propostas que o União Brasil tem colocado na plataforma da sua campanha. Eu não sou homem de duas faces. Não poderia estar defendendo a minha candidatura própria ao Parlamento para defender as ideias que sempre defendi e ao mesmo tempo defender um candidato que não expressa a minha utopia. Não poderia cometer uma infidelidade partidária do ponto de vista formal e uma infidelidade de consciência. Eu não sou dissimulado. Comuniquei ao Reguffe que não serei candidato. Continuarei na luta como cidadão.
Vai apoiar a candidatura de Reguffe ao governo?
Disse ao Reguffe que acredito no projeto dele e que ele estará no segundo turno. E conseguirá os apoios necessários no segundo turno para ser vitorioso e implantar um projeto diferente do que até agora Brasília enfrentou. Eu o apoiei e continuarei apoiando mesmo não sendo candidato. Apoiarei o Reguffe como alternativa democrática de renovação e de conferir a uma governança técnica os destinos do DF.
E nacionalmente?
Historicamente eu tenho uma visão de conflito com o PT, disputando o mesmo espaço dentro da esquerda, e com muito orgulho. Eu sou um dos três sobreviventes da Constituinte no DF, um dos signatários da Constituição libertária e cidadã do Brasil. Eu sou oriundo do Partido Comunista Brasileiro. Tenho orgulho do meu passado. Hoje vejo que está faltando pouco para ver pichadas as paredes dos nossos pontos de cultura, teatros, universidades, bibliotecas… a velha sigla conhecida de todos nós CCC (comando de caça aos comunistas). Claro que nós mudamos a linha de pensamento. Sou um homem de esquerda que evoluiu ao longo do tempo, que superou as visões de modelo de sociedade socialista, igualitária. Eu vejo hoje um momento de extrema delicadeza com uma direita que se assumiu, que saiu da catacumba, dos seus armários e assumiu com muita virulência, muita intolerância e está faltando pouco para se assumir como comando de caça aos comunistas, colocando a pecha de comunista a todos que pensam diferente do que hoje professa a linha dominante de poder. Eu que sempre fui adversário do PT, crítico do PT, mas sempre dentro do campo da esquerda, depois da reunião do chefe de Estado brasileiro com os embaixadores para proclamar a sua desconfiança e a desmoralização das instituições e da democracia brasileira, acho que houve uma ruptura de tudo que seja possível de convivência democrática. Então estamos em um momento de decisão dramática. São os que se alinharam lá atrás na articulação da frente ampla democrática, antifascista, contra a ditadura militar e agora ante a iminência ou a possibilidade de contestação ao resultado democrático das urnas. Nós temos de tomar posição, consolidar o que foi conquistado a duras penas, com tortura, com assassinatos, com prisões, com exílio, com supressão das liberdades. Nós temos de garantir essas conquistas da qual fomos protagonistas. Então, não há como pensar em terceira via.
Você sempre teve embates fortes com o PT no Sindicato dos Bancários e nos debates políticos em geral. Mesmo assim, acha que o momento é de volta do governo petista?
É difícil declarar apoio ao Lula. Eu queria que tivesse uma terceira via mais consistente, mais agregadora, mais competitiva. Mas não aconteceu. Nesse momento, é Lula contra o outro candidato. Na minha opinião, tem que ser um governo de unidade nacional, com uma grande coalizão. Eu e o Lula, eu e o PT de Brasília não é isso a questão principal. São questões secundárias, são relações pessoais, são questões partidárias. Trata-se de um projeto de gerações. Qual é o país que queremos legar aos que virão depois de nós? A resposta aos arreganhos da extrema direita tem de ser contundente, vitória no primeiro turno do candidato que representa a possibilidade de avançar, de defender as conquistas democráticas e o Lula é o representante dessa possibilidade. Lula e Alckmin. E que os dois avancem no sentido de cicatrizar as feridas, as veias abertas que estão sangrando na sociedade.
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