Um homem foi detido pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Brasília ao tentar desembarcar com 300 pássaros silvestres dentro de malas. As aves, da espécie canário-da-terra, foram trazidas de Boa Vista (RR), e seriam vendidas a intermediadores por R$ 15, cada, segundo a Receita. O suspeito foi levado à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde assinou um termo de compromisso e, em seguida, foi liberado.
Durante a inspeção, por meio de equipamentos de raio-X, nas bagagens de um voo que havia saído da capital roraimense, agentes aduaneiros — profissionais especializados no desembaraço de mercadorias que transitam por alfândegas — identificaram os animais acondicionados em diversas gaiolas distribuídas em três malas de viagem. A apreensão ocorreu no sábado.
Acionada, a Polícia Federal predeu o suspeito quando ele pegava uma das bagagens na esteira de desembarque. A 1ªDP investiga o crime. Em depoimento, de acordo com a Receita, o homem confessou que os pássaros seriam vendidos por R$ 15 a unidade. No mercado ilegal, estas aves são comercializadas por valores que variam de R$ 150 a R$ 800.
O homem vai responder por tráfico de animais silvestres e, se condenado, a pena é de seis meses a um ano de prisão e multa. Os pássaros foram encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que efetuará os procedimentos para devolvê-los à natureza. Questionados sobre quando os animais seriam inseridos ao habitat natural, a autarquia não se posicionou até o fechamento desta edição.
Em nota, a Inframerica, administradora do Aeroporto de Brasília, informou que é signatária da ONG United for Wildlife (União pelas Vidas Selvagens) no combate ao tráfico internacional de vidas silvestres. A empresa afirmou que adota a política de tolerância zero ao tráfico de animais e plantas "e trabalha constantemente com os órgãos públicos, os funcionários e com avisos aos passageiros".
De acordo com a operadora aeroportuária, o objetivo é combater o tráfico internacional de vida selvagem, identificando suspeitos do comércio ilegal, compartilhando informações e desenvolvendo mecanismos harmonizados de atuação, entre outras medidas. "O Aeroporto de Brasília é o primeiro do Brasil e o 2º da América Latina a assinar a Declaração do Palácio de Buckingham. A organização existe desde 2014, tem o príncipe William como presidente e visa preservar a vida dos animais e plantas silvestres que estão ameaçadas de extinção", apontou a Inframérica.
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