ELEIÇÕES 2022

Aliados querem Paulo Octávio na disputa pelo governo do DF

Pré-candidatos a deputados distrital e federal do PSD defendem que o empresário seja cabeça de chapa na corrida ao GDF. "Fiquei muito sensibilizado com o apelo", disse o ex-senador depois da reunião com integrantes do partido

Ana Maria Campos
postado em 28/07/2022 05:56
 (crédito:  PSD DF/Divulgação)
(crédito: PSD DF/Divulgação)

Presidente do PSD-DF, o empresário Paulo Octávio reuniu ontem seu grupo político para discutir os rumos do partido nas eleições. A maioria dos pré-candidatos a deputado distrital e federal defende candidatura própria ao governo com Paulo Octávio como cabeça de chapa.

O PSD foi excluído do acordo fechado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) com o ex-governador José Roberto Arruda (PL) e as deputadas Flávia Arruda (PL-DF) e Celina Leão (PP-DF). O acerto ocorreu em torno da chapa à reeleição de Ibaneis, com Celina de vice e Flávia como candidata ao Senado.

Mas a união deixou muitos descontentes entre partidos da base de Ibaneis. Paulo Octávio quer concorrer ao Senado. O vice-governador Paco Britto (Avante) desejava permanecer na chapa com a mesma função. O Republicanos chegou a fechar uma composição com Ibaneis para que a candidata ao Senado fosse a ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos Damares Alves.

Até no PP houve descontentamentos com a escolha de Celina Leão para a vaga de vice. O empresário Fernando Marques, dono da União Química, indústria farmacêutica que produz a vacina russa Sputnik V contra covid-19, afirma que tinha um acordo com o PP para que fosse candidato ao Senado.

Acordo não cumprido

Também filiado ao PP, o ex-deputado Rogério Rosso, executivo da União Química e aliado político de Marques, diz que não será candidato a deputado federal, como pretendia, se o acordo não for cumprido. Sem Celina e Rosso na nominata para a Câmara dos Deputados, o PP corre o risco de não eleger nenhum deputado.

Com tantas insatisfações, cresce a chance de surgimento de uma candidatura ao Palácio do Buriti dos partidos de centro e direita alternativa à de Ibaneis. Além dos partidos sem espaço na chapa da reeleição, há também a confirmação da candidatura do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ao governo, ainda sem alianças.

A senadora Leila Barros (PDT-DF) também está em voo solo. Não à toa todos têm conversado. Desde que voltou da Suíça para onde viajou para acompanhar o casamento religioso do filho Felipe Kubitschek Pereira com Lara Lemann, Paulo Octávio tem feito reuniões com pré-candidatos e políticos.

Esteve com Izalci, Leila e na noite de terça-feira recebeu Reguffe em sua casa no Lago Sul. Izalci, Leila e Reguffe são pré-candidatos ao governo, ainda sem vice e candidato ao Senado. Ontem, em reuniões com aliados do PSD, Paulo Octávio ouviu o apelo para que o partido assuma protagonismo no processo. "Fiquei muito sensibilizado com o apelo dos pré-candidatos do meu partido para que eu seja candidato ao governo", disse Paulo Octávio. Agora ele tem o prazo até 5 de agosto para reunir uma aliança e tomar uma decisão.

Ibaneis volta a enfrentar um problema, como quando havia um risco de Arruda lançar a candidatura ao Palácio do Buriti e rachar o grupo político. Com uma possível candidatura de Paulo Octávio, o governador correrá o risco de perder votos da base de Arruda que não aceitam o acordo com Ibaneis.

Paulo Octávio foi vice de Arruda no governo eleito em primeiro turno em 2006. Os dois eram líderes nas pesquisas de intenção de votos e decidiram se unir contra a então candidata apoiada por Joaquim Roriz, a governadora à época, Maria de Lourdes Abadia.

O próprio Arruda tem sido muito pressionado nas ruas a voltar atrás no acordo com Ibaneis. Querem que o ex-governador seja o candidato ao governo. Mas ele disse ontem ao Correio que mantém a prioridade na candidatura de Flávia Arruda ao Senado. Para Paulo Octávio, há muitas possibilidades de alianças.

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Partido de Reguffe negocia aliança com Damares

 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O Republicanos negocia com o União Brasil uma aliança para que a ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) seja candidata ao Senado na chapa encabeçada pelo senador José Antônio Reguffe (União).

O presidente nacional em exercício do União Brasil, Antônio Rueda, disse ao Correio que a aliança depende de um aval do presidente Jair Bolsonaro (PL). "O Republicanos está conversando com Bolsonaro. Aguardamos uma resposta", disse Rueda. Reguffe nega e diz que desconhece a articulação.

Pré-candidato ao governo pelo União Brasil, Reguffe tem conversado com representantes do Podemos e Novo. Ele participou, na última segunda-feira, da convenção regional do Novo e declarou que o advogado Paulo Roque era seu pré-candidato ao Senado.

O vice de Reguffe deve ser o presidente do União Brasil no DF, Manoel Arruda, segundo confirmou Rueda, dirigente que tem o controle do partido. As costuras para a montagem da chapa pura do União Brasil vinham ocorrendo há pelo menos duas semanas, antes mesmo de a federação PSDB-Cidadania decidir, na última terça-feira, que o candidato ao Palácio do Buriti é o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Bolsonaro abençoou na semana passada o acordo entre o governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-governador José Roberto Arruda (PL), e as deputadas federais Flávia Arruda (PL-DF) e Celina Leão (PP-DF). Mas Damares não se conformou.

Damares disse ao presidente acreditar que venceria a disputa com Flávia Arruda, caso disputasse a eleição, apesar de as pesquisas de intenção de votos indicarem uma preferência pela adversária. Uma das aliadas de Damares é a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Se essa composição vingar, há duas possibilidades: Reguffe se concentrar na própria candidatura ao governo e Damares na sua ao Senado; ou os dois fazerem campanha juntos, o que é mais improvável.

Representantes do União Brasil têm uma relação próxima com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, um dos mais próximos aliados de Bolsonaro. Uma costura como essa não ocorreria sem a sua participação.

Reguffe tem tentado construir as alianças para a montagem de sua chapa. Mas, muitas vezes, enfrenta divergências com os dirigentes do União Brasil. O partido chegou a conversar com Arruda quando estava em jogo a possibilidade de o ex-governador concorrer novamente ao Buriti. Uma das propostas era uma aliança em torno da candidatura de Flávia Arruda ao Senado.

Reguffe prefere um candidato neutro ao Senado, sem vinculações com Bolsonaro ou com o ex-presidente Lula. Incluir Damares na chapa vincula Reguffe ao bolsonarismo. Não é o que ele quer. 

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