Raiva humana /

DF registra primeira morte pela doença

Jovem entre 15 e 18 anos estava internado desde o dia 20 de junho na rede particular de saúde. A campanha de vacinação antirrábica, em áreas urbanas e rurais, foi antecipada a fim de evitar o surgimento de novos casos

Arthur de Souza
postado em 31/07/2022 00:01
 (crédito: Fiocruz/reprodução)
(crédito: Fiocruz/reprodução)

Após mais de 30 dias de internação, um jovem, com idade entre 15 e 18 anos, morreu ontem, vítima de raiva humana. Trata-se do primeiro óbito pela doença na história do Distrito Federal. O diagnóstico foi confirmado pela Secretaria de Saúde no início de julho. O único caso de contaminação entre humanos na capital do país datava de 1978, 44 anos atrás.

O jovem estava internado na rede de saúde particular do DF desde o dia 20 de junho. De acordo com a Secretaria de Saúde, foram tomadas todas as medidas necessárias de investigação epidemiológica, controle e profilaxia (medidas preventivas para a preservação da saúde da população) junto aos familiares, profissionais de saúde e qualquer outra pessoa que teve contato próximo com a vítima.

Em nota, a pasta explicou que medidas de bloqueio de foco e controle animal foram intensificadas em todo o DF. A campanha de vacinação antirrábica, em áreas urbanas e rurais, foi antecipada e teve início em 6 de julho. O órgão confirmou que, até a última sexta-feira, foram imunizados 120.282 cães e gatos.

A doença

A raiva é uma doença zoonose — que passa dos animais ao homem e vice-versa —, transmitida por um vírus que envolve o sistema nervoso central, levando ao óbito após curta evolução. A transmissão ocorre quando o vírus existente na saliva do animal infectado penetra no organismo através da pele ou de mucosas, por meio de mordida, arranhão ou lambida. Além disso, a raiva tem 99,9% de taxa de mortalidade.

Nos humanos, os sintomas são transformação de caráter, inquietação, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura; essas alterações duram de dois a quatro dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença, por dois a três dias, com medo de correntes de ar e de água, de intensidade variável. Surgem crises convulsivas periódicas.

Em animais, há dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares, paralisia das patas traseiras. Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um "uivo rouco", e os morcegos, com a mudança de hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais. De acordo com a Saúde, o último caso diagnosticado de raiva em cães foi em 2000 e, em gatos, no ano de 2001.

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