Cenário embaralha e fica mais incerto

Ao tomar conhecimento, ontem, sobre a decisão que devolveu os direitos políticos de José Roberto Arruda (PL), o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) disse ao Correio que o momento é de os partidos de oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB) pensarem uma nova estratégia para as eleições.

Hoje, o cenário é de, ao menos, quatro candidaturas ao governo do Distrito Federal da base do ex-presidente Lula (PT): a de Leandro Grass, que representa a federação PT-PV-PCdoB; a de Keka Bagno, da federação PSol-Rede; e a de Rafael Parente, do PSB. "Se não nos unirmos, podemos estar fora do segundo turno, em que há chance de ser disputado por Ibaneis e Arruda", aposta Rollemberg.

Além dessas, há a pré-candidatura da senadora Leila Barros (PDT) ao governo, como palanque no DF para o presidenciável Ciro Gomes (PDT). Na centro-direita, há dois nomes no páreo: os senadores José Antônio Reguffe (União-DF) e Izalci Lucas (PSDB-DF).

Os partidos da base de Lula têm conversado, mas uma aliança está cada vez mais difícil, porque o PSB não aceita indicar o vice de Grass, e ele, por sua vez, consolidou-se como o nome da federação PT-PV-PCdoB.

Na federação PSol-Rede, há um entendimento de que os partidos devem lançar candidatura própria em várias unidades da Federação, como forma de fortalecer os nomes na disputa a deputado federal e distrital. Logo, Keka dificilmente deixará de ser candidata.

No grupo de Reguffe, há uma frente com vários partidos — União, Podemos, Novo, PSC e Cidadania —, que está em disputa na federação com o PSDB. O União tem compromisso com Reguffe para candidatura ao governo, mas, internamente, há defensores de uma aliança com Arruda caso o ex-governador seja candidato ao Buriti.

Uma eventual candidatura de Arruda provocará um racha na base de Ibaneis, a começar pela chapa para o Senado. O governador do DF pretendia fazer uma aliança com o PL, para uma dobradinha com Flávia Arruda (PL), pré-candidata ao Senado. Mas a elegibilidade do ex-governador muda esse cenário.

Arruda, no entanto, pode optar por um caminho mais tranquilo, como candidato a deputado federal na base de Ibaneis Rocha. Nesse caso, teria uma votação alta, a julgar pelo que indicam as pesquisas, e ainda poderia puxar um ou dois deputados para a bancada do PL. (AMC)