Consumo

Em busca de preços mais em conta, consumidores têm a opção do atacado

Com a alta da inflação, mercados como a Ceasa oferecem produtos de época a preços mais baixos. Especialista orienta que é importante que as pessoas aproveitem as ofertas, na medida do possível, tomando cuidado com as falsas promoções

Júlia Eleutério
postado em 03/08/2022 05:50 / atualizado em 03/08/2022 06:00
 27/07/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Ceasa do SIA. Preços dos produtos. Cenoura. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
27/07/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Ceasa do SIA. Preços dos produtos. Cenoura. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Frutas, verduras e legumes são itens importantes na alimentação. E o brasiliense, para manter uma dieta saudável, busca os locais mais em conta para adquirir esses produtos. Apesar da inflação ter atingido em cheio o bolso da população, uma boa opção é comprar no atacado.

Dona de um restaurante e produtora familiar, Ana Claudia Inocêncio, 51 anos, conta que vai à Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) com frequência, principalmente às segundas e quintas-feiras, quando a comercialização no local é maior. Ela observa que alguns produtos realmente tiveram seus preços aumentados, mas, em contrapartida, outros apresentaram redução. "Sinto que deu uma diminuída nos preços, por exemplo, os do tomate, alface, brócolis e batata são coisas que você consegue encontrar mais barato", comenta a moradora da Arniqueira, após comprar verduras e legumes na Ceasa. "Quando você vê os mercados fazendo promoção, é porque aqui baixou também", diz.

Feirante na Ceasa-DF e agricultor familiar, Gilson Coelho, 47, destaca que os preços tendem a cair quando chega o período de férias, devido à redução da procura. "A produção aumenta e não tem para quem vender", comenta o vendedor de verduras e legumes. "A verdura é questão de oferta e procura. Se produzir muito, ela baixa de preço. Se produzir pouco, ela vai aumentar", avalia Gilson, que trabalha no ramo desde os oito anos, quando começou acompanhando o pai.

Também feirante, Edmar de Souza, 54, vê os preços mais baratos nesse período do ano. "No meu ramo, a folhagem fica muito boa nessa época, o que não pode é gear. O preço sobe mesmo com a chuva", ressalta. "No frio, é mais difícil as pessoas comerem salada, querem coisas mais quentes. Então, caem as vendas e, consequentemente, cai o preço", explica o comerciante há mais de 40 anos.

Economia

Conforme o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiro (Prohort), em um período de um mês, o preço do tomate na Ceasa-DF apresentou uma redução de 29,41% — de R$ 4,25 foi para R$ 3,00/kg. Em contrapartida, o valor do mamão formosa teve um aumento pesado: 150%, passando de R$ 3,60 para R$ 9,00/kg. Já o preço da maçã nacional permaneceu estável: R$ 7,77/kg. Esses são exemplos das variações ocorridas entre 29 de junho e 29 de julho no estabelecimento.

  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • 27/07/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Ceasa do SIA. Preços dos produtos. Pimenta. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Gilson Coelho, produtor, fazendo compras na Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Gilson Coelho, produtor, fazendo compras na Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Edmar de Souza, 54, explica que a folhagem fica muito boa nessa época do ano, só não pode gear Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Edmar de Souza, 54, explica que a folhagem fica muito boa nessa época do ano, só não pode gear Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Ceasa-DF Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Para o professor Roberto Bocaccio Piscitelli, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB0, é de senso comum que as pessoas procuram adquirir coisas mais baratas ou de menor qualidade, tendo em vista que os valores estão subindo e a inflação aumentando.

Na avaliação do professor, a inflação também depende da renda de cada pessoa. "Se a proporção do que uma pessoa consome é maior nos produtos que aumentaram de preço, então a inflação dela vai ser maior em relação a outras pessoas, por exemplo, que já buscam por itens mais em conta", ressalta Roberto.

Para quem está pensando em economizar, Roberto avalia que nas compras por atacado, como nas Centrais de Abastecimento, em geral, os preços são mais baixos. O especialista lembra que é importante que as pessoas aproveitem as ofertas, na medida do possível, tomando cuidado com as falsas promoções e acompanhando os preços. "Consumir aquilo que é mais abundante e que é da safra. No caso de frutas, legumes e verduras, as pessoas têm mais essa característica que pode ser explorada", aconselha.

Outra dica do economista é sobre a possível substituição de alimentos mais caros por alternativas mais em conta, como as carnes bovinas por frango ou carnes de origem suína.

Preços em 29/6 e em 29/7)

  • Tomate — R$ 4,25/R$ 3,00 (kg) — (queda de 29,41%)
  • Maçã - R$7,77/ R$7,77 (kg) — (estável)
  • Mamão formosa - R$ 3,60/ R$ 9,00 (kg) — (alta de 150%)
  • Cebola - R$3,25/ R$4,75 (kg) — (alta de 46,15%)
  • Alface - R$20,00/ R$ 25,00 (dúzia) — (alta de 25%)
  • Cenoura - R$2,50/ R$3,00 (kg) — (alta de 20%)
  • Couve - R$ 3,69/ R$4,28 (kg) — (alta de 15,99%)
  • Laranja pera - R$1,57/ R$1,80 (kg) — (alta de 14,65%)
  • Batata - R$3,20/ R$3,25 (kg) — (alta de 1,56%)
  • Banana prata - R$ 3,68/ R$3,70 (Kg) — (alta de 0,54%)

Fonte: Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiro

Época de maior oferta

  • Alface — março a julho
  • Mamão formosa — março, maio a setembro
  • Couve — maio a agosto
  • Agrião — maio a agosto
  • Morango — junho a setembro
  • Laranja pera — junho a outubro
  • Abóbora italiana — junho a outubro
  • Cenoura — junho e julho. setembro e outubro
  • Couve-flor — julho a setembro
  • Abóbora japonesa — julho e agosto
  • Batata doce — julho a setembro
  • Tomate — julho e agosto, outubro a dezembro
  • Cebola — agosto, novembro e dezembro
  • Batata — outubro a janeiro

Fonte: Calendário de Comercialização da Ceasa-DF

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação