No dia em que o União Brasil no Distrito Federal anunciou oficialmente a convenção do partido, marcada para quinta-feira (4/8), e confirmou José Antônio Reguffe como postulante ao governo local, a provável candidata pela sigla nestas eleições Maria Paula Fidalgo comentou as negociações em andamento. Ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, a atriz afirmou que o partido tem dado total apoio ao senador, mesmo com as tratativas entre ele e integrantes de outras agremiações. "Esta semana é decisiva. Todos os partidos estão conversando com outros partidos. E isso aconteceu, também, no União (Brasil)", disse à jornalista Ana Maria Campos. Confira os principais trechos da entrevista.
O que você achou da decisão do deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, de não ser mais candidato à Presidência da República e até de abrir a possibilidade de os estados e o DF se coligarem da forma que quisessem, dando uma sinalização de que poderia até ajudar na eleição de Lula?
Não vi dessa forma. Acho que ele recuou e abriu espaço para o partido ter um candidato ou uma candidata à presidência, o que eu acho ótimo. Estamos no momento das mulheres. A força feminina na política deve ser uma predominância nestas eleições. Vemos pela escolha do próprio Ibaneis (Rocha), que terá duas (mulheres) na chapa. Isso é uma tendência internacional. E chegou esse momento, também, na política brasileira. Por isso que estamos aqui, para fazer essa colaboração.
Você nasceu em Brasília e passou a adolescência aqui. O que te traz de volta após tanto tempo fora?
Nasci em Brasília, sempre fui a "artista de Brasília" que foi para a tevê, o teatro. Agora, minha identidade é da "grande Brasília". Chega de tratar Brasília como se fosse só o Plano Piloto e esquecer o que acontece em Ceilândia, no Sol Nascente. Temos de encarar Brasília como um todo. Não tem essa de "regiões administrativas". Tudo é Brasília. Precisamos criar soluções para um todo e acolher todo mundo.
O Reguffe postou no Instagram que teve problemas com o partido por estar conversando com outros candidatos e que foi pressionado a ser candidato a deputado federal. Houve um evento na sua casa em que ocorreu uma reconciliação. Você sente que o partido realmente vai apoiar ele?
Sim. O partido está apoiando e vai apoiar. Estamos em um momento propício. Em um segundo turno com Reguffe e Ibaneis, a gente — do Reguffe — aumenta imensamente, porque o Ibaneis tem muita rejeição, e o Reguffe, não. Ele (o senador) tem pessoas que o respeitam de verdade. Esta semana é decisiva. Todos os partidos estão conversando com outros partidos. E isso aconteceu, também, no União. Estamos chegando a um momento em que aproveitamos a maré favorável e vamos implantar o Reguffe como candidato. Tenho convicção de que ele vai ser o próximo governador de Brasília.
E qual sua pretensão: deputada federal, senadora ou vice do Reguffe?
Eu cheguei ao Reguffe e falei que estava à disposição dessa frente ampla por Brasília. Pode ser como senadora, como deputada federal ou como vice. Estou aqui porque acredito nessa conjuntura que está se formando. Eu me coloquei à disposição para ajudar da melhor forma possível. Esta semana, vamos saber. Por enquanto, eu ainda não sei.
Se você for vice, e o Reguffe eleito, como vocês vão trabalhar juntos e como pode ajudá-lo com a questão da fome, dos jovens que estão com problemas nas escolas, etc.?
Tratar Brasília como a grande Brasília, ter inclusão. Chega de excluir por credo, raça ou ideologia. Não tem isso com ninguém. Queremos incluir a cidade toda e criar possibilidades. Gerar emprego para combater a fome, retomar aquela visão de cidade incrível da época do JK (Juscelino Kubitschek), ver Brasília como uma esperança, como um polo. Integrar cultura — tanto DJs, atores, músicos — com a arquitetura para o turismo.
O turismo e a cultura são áreas que devem ser incentivadas?
Acho que precisam ser trabalhadas de forma a gerar empregos. Focar na saúde primeiro. E o Reguffe tem essa ideia. Vamos ter um hospital bacana para quem faz parte da grande Brasília. Eu, como comunicadora, que acredito no simbólico e em narrativas, quero mostrar para o Brasil qual a vocação de Brasília. Temos de trazer os programadores de sistema, do mundo virtual, (deixar) os metaversos fazerem parte das escolas públicas. Esse (é um) projeto de inclusão, para produzir essa identidade brasiliense.
Você gostaria de participar da gestão dele? Se você for eleita parlamentar para o Congresso, vai se licenciar para participar do governo como gestora?
Acho difícil dizer isso. Quero e tenho condições de colaborar. Sou uma pessoa cheia de ideias e articuladora. Quando trabalhei em penitenciária, os chefes do tráfico falavam: "Deixa a Maria Paula entrar. Ela é sangue bom. Fazia piada na tevê". E, depois, eu chegava a um lugar chiquérrimo, como uma empresa, e conversava com o CEO. Então, tenho muito acesso às pessoas, porque elas têm uma memória afetiva de mim. Eu entrava nas casas delas levando leveza, esperanças e uma crítica social.
*Estagiários sob supervisão de Jéssica Eufrásio
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