O corpo da servidora do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Maria Lucia Paternostro Rodrigues, 46 anos, que morreu na última terça-feira pela manhã quando fazia uma trilha na Cordilheira Branca, no Peru, foi liberado pelo Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses (IML) do país sul-americano. Mas, familiares e amigos de Malu, como era conhecida, não têm previsão de chegada ao Brasil. "A família acionou o seguro para trazer o corpo, que estava liberado por parte da polícia (após perícia)", afirma a amiga Mariana Altoé, de 46 anos.
Segundo Mariana, a amiga escorregou e caiu de um penhasco enquanto fotografava a paisagem durante uma trilha junto a um grupo. "Foi uma fatalidade, porque não era um local de grande perigo", afirma. Malu, como era conhecida, deixou uma filha, de 12 anos. De acordo com amigos, o ministro e presidente do STJ, Humberto Martins, tem feito esforços para que o processo ocorra o mais rápido possível.
Formada em letras e em direito, com pós-graduação em direito público, Maria Lúcia era a assessora-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e Ações Coletivas do STJ. Nas redes sociais, a servidora postava fotos das férias no Peru. Nos últimos sete dias, ela visitou o Parque Nacional Huascaran e observou a Laguna Parón, conhecida pela cor azul-celeste entre as montanhas nevadas de Huandoy e Paria.
Em publicação nas redes sociais, Maria Lucia mostrou a mochila e escreveu na legenda: "bora ali ver umas montanhas branquinhas", em referência às montanhas cobertas de gelo do país peruano. A morte de Malu foi lamentada pelo ministro Humberto Martins. "O Tribunal da Cidadania está de luto! Expressamos nossa absoluta tristeza pela partida da nossa valorosa servidora Maria Lucia Paternostro Rodrigues. Ela honrou e dignificou não apenas o STJ, mas também todo o Poder Judiciário e o sistema de Justiça', declarou.
"A sua história de vida é um exemplo de entrega com excelência e amor à causa da cidadania brasileira. Que Deus, em sua misericórdia infinita, conforte e fortaleça todos os familiares e amigos", acrescentou o Humberto Martins. Emocionado, o ministro disse, durante a sessão do tribunal na última terça-feira, que recebeu a notícia pouco antes de entrar no plenário.
Maria Lucia estava no órgão desde 2003, quando ingressou como analista judiciária. O empenho de Malu foi reconhecido, também, pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que disse que a servidora era extremamente inteligente, diligente, competente e dedicada.
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