Varíola do macaco /

Suspeitas acendem alerta na UnB

Dois alunos da Faculdade de Comunicação (FAC) tiveram contato com pessoas que testaram positivo para a doença, mas estão sem sintomas. Os estudantes participam das aulas remotas, por tempo indeterminado

Pedro Marra João Gabriel Freitas*
postado em 05/08/2022 00:01
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A diretoria da Faculdade de Comunicação (FAC), da Universidade de Brasília (UnB), informou ontem, por e-mail, que dois estudantes tiveram contato com pessoas positivadas para a varíola do macaco. O contato dos dois estudantes foi com pessoas infectadas que não são da faculdade. O Correio falou com um dos possíveis infectados, morador da Asa Sul, de 21 anos, que está isolado em casa e sem sintomas.

O aluno, que não quis se identificar, contou que a aproximação com a pessoa positivada ocorreu na semana passada. "Não foi próximo e ocorreu antes dos sintomas da pessoa aparecerem", explica. Ele conta que teria aula presencial na última quarta-feira, quando a pessoa foi confirmada com a doença, mas decidiu se isolar em casa. "Só queria que todos ficassem tranquilos após essa repercussão, pois ninguém foi posto em risco", pondera.

A diretora da FAC, Dione Oliveira Moura, elogia a atitude dos estudantes. "Fizeram o que é mais recomendável em saúde pública que é ter a vigilância ativa, quando a pessoa sabe que tem potencial de propagar uma doença infecciosa e notifica as instituições que possam atuar a respeito", comenta.

Dione acrescenta que as turmas irão ficar em exercício domiciliar até que a Coordenadoria de Vigilância Sanitária (CoAVS) achar necessário. Outros estudantes da faculdade têm receio da volta ao ensino remoto, como ocorreu devido aos casos de covid-19. "É algo preocupante e não estou preparado para uma possível volta às aulas on-line, porque dificulta o aprendizado", avalia José de Sousa Martins Junior, de 22 anos.

Para o aluno do primeiro semestre Pedro Reis, 18, a notícia lembrou o trauma que teve com o modelo a distância no ensino médio, antes de entrar na UnB. "Penso que essa é uma doença mais fácil de controlar, principalmente porque tem sintomas visíveis", diz. Colega de Pedro, Lucas Miranda, 18, conta que tem medo de se infectar ao dividir objetos."Às vezes, compartilho as coisas com os outros e não presto muita atenção", afirma.

Em 18 de julho, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou a infecção comunitária da varíola do macaco. Até o momento foram registrados 38 casos de monkeypox — sendo um provável — e 97 suspeitos em análise. Outros 12 foram descartados.

Diante desse cenário, a infectologista Joana D'Arc avalia que a atitude da UnB em monitorar os casos e isolar os alunos foi adequada."É preciso saber se há testagem o suficiente e o poder público tem que definir a forma de diagnóstico, para não ser confundida com a sífilis, herpes, doenças de arbovirose e alergias." 

Joana D' Arc cita que outra possibilidade forte de infecção é por meio de gotículas salivares a menos de 1 metro. E lembra que a transmissão sexual pode ser confundida com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), mas tem diferença. "Em alguns casos, depois que (o paciente) melhora, continua transmitindo em relação sexual", finaliza.

*Estagiário sob a supervisão
de Márcia Machado

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    Universidade de Brasília: segundo os reitores, contingenciamento ameaça o pagamento de despesas básicas, como serviços de energia e água Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Aluno do curso de comunicação, José de Sousa Martins. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda.
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB. Alunos do curso de comunicação, Pedro Reis (camisa preta) e Lucas Miranda. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF -  Suspeita de variola do macaco na UnB
    04/08/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Suspeita de variola do macaco na UnB Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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    Aprovados terão aulas presenciais nos quatro câmpus da UnB: Darcy Ribeiro, Ceilândia, Gama e Planaltina Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Cuidados contra a doença

Como é transmitida a varíola dos macacos?
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão ocorre entre pessoas em contato físico próximo com casos sintomáticos. A infecção ainda se dá a partir do contato com superfície ou objetos recentemente contaminados. O vírus da monkeypox sobrevive por até 90 horas em superfícies.

Por quanto tempo uma pessoa pode transmitir a doença?
O período de incubação do vírus é em média de 5 a 21 dias, com a transmissibilidade sendo do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões na pele.

Como se prevenir?
É preciso evitar contato com pessoas com diagnóstico positivo e higienizar bem as mãos. Não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Entretanto, estes itens poderão ser reutilizados após higienização com detergente comum.

Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são erupções na pele e alteração da temperatura corporal acima de 37,5º C. A pessoa também pode ter dor no corpo, na cabeça e na garganta. O período febril tem duração de cerca de cinco dias. Conforme a febre reduz, as lesões na pele começam a aparecer.

Inicialmente, ocorre uma lesão avermelhada, que se eleva e vira uma bolha com presença de líquido incolor, que com o passar dos dias, passa a ter o tom mais amarelado e evolui para um processo de cicatrização, virando uma crosta e depois se rompe da pele.

Fonte: Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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