Monkeypox

Calma! Varíola não é covid-19

Com a realização de testes pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), infectologistas estão prevendo um aumento nos diagnósticos positivos para a doenças no DF, nas próximas semanas

Renata Nagashima
postado em 06/08/2022 00:01
 (crédito: Anadolu Agency/Reprodução)
(crédito: Anadolu Agency/Reprodução)

Em pouco mais de um mês, desde a primeira confirmação da doença, o número de casos de varíola do macaco subiu de zero para 38 no Distrito Federal, de acordo com atualização mais recente da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Segundo a pasta com a pasta, outras 97 pessoas aguardavam resultados dos exames. A previsão de especialistas é de que os casos devem continuar subindo no DF, assim como ocorre no Brasil. 

Nas próximas semanas pode haver, ainda, uma impressão de aumento de casos devido aos exames que agora serão feitos no Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen). No entanto, os infectologistas tranquilizam os brasilienses e afirmam que, em termos de velocidade de transmissão, letalidade e gravidade, a varíola do macaco não é como a covid-19. No caso do transporte público ou locais com muitas pessoas, por exemplo, o médico infectologista Marcelo Daher explica que a chance de contaminação é menor, uma vez que as pessoas normalmente estão vestidas.

Uma dúvida muito frequente entre a população em relação a transmissão e as feridas causadas pela doença. Marcelo Daher esclarece que o Monkeypox é uma doença viral, transmitida de pessoa a pessoa por contato, mas pode também ser transmitida por gotículas aéreas, saliva e superfícies contaminadas. “As lesões da varíola, que são aquelas pequenas bolhas ou vesículas que aparecem elas, são lesões que têm muitos vírus que transmitem a doença. No caso da relação sexual, o que acontece não é pelo fluido sexual, é pelo contato pessoa com pessoa”, explica.

 

 

##QUADRO##

O Correio separou algumas perguntas frequentes sobre a varíola do macaco. Confira:

O que é monkeypox?
É uma zoonose, isto é uma doença de origem animal transmitida para humanos. Trata-se de um vírus infectocontagioso.

Por quanto tempo uma pessoa pode transmitir a doença?
O período de incubação do vírus é em média de 5 a 21 dias, com a transmissibilidade sendo do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões na pele.

Como é transmissão

Por contato físico (as lesões têm muitos vírus) e também por gotículas aéreas, saliva e superfícies contaminadas.

Como prevenir?

É recomendado que evite contato com pessoas com diagnóstico positivo e higienize bem as mãos. Não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Entretanto, estes itens poderão ser reutilizados após higienização com detergente comum.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas são erupções na pele e alteração da temperatura corporal acima de 37,5º Celsius. A pessoa também pode ter dor no corpo, na cabeça e na garganta. O período febril tem duração de cerca de 5 dias. Conforme a febre reduz, as lesões na pele começam a aparecer. Inicialmente, é uma lesão avermelhada, que se eleva e vira uma bolha com presença de líquido incolor, que com o passar dos dias, passa a ter o tom mais amarelado e evolui para um processo de cicatrização, virando uma crosta e depois se rompe da pele.

Qual é o tempo dos sintomas?
As lesões na pele duram de duas a quatro semanas. Casos graves ocorrem com mais frequência entre crianças e pessoas imunossuprimidas e estão relacionados ao estado de saúde do paciente e natureza das complicações.

Qual a aparência das lesões?

As lesões na pele podem ser confundidas com as manchas de catapora e a de sífilis, mas também surgem como pequenas foliculites, parecidas com espinhas. As pequenas feridas têm se manifestado nos órgãos genitais e anus retais. Especialistas explicam que a apresentação pode ser muito diferente da que a gente tem visto da doença endêmica no continente africano.

As lesões provocam dor?
As erupções são inflamações na pele, sendo possível sentir dores localizadas nas lesões. Além disso, a doença pode apresentar inicialmente dor muscular, de cabeça e de garganta.

Como é feito o tratamento?
Não há tratamento específico para a Monkeypox. O manejo clínico deve incluir o tratamento sintomático e de suporte, manejo de complicações e prevenção de sequelas a longo prazo. Os pacientes se hidratar e ter boa alimentação, além de manter as lesões cutâneas limpas e secas.

Qual é o grau de letalidade da doença?
Os óbitos são eventos raros nessa doença.

Onde procurar ajuda em caso de suspeita?
Além das unidades de atenção básica (UBSs), as unidades de pronto atendimento (UPAs) estão prontas para receber pacientes com suspeita de monkeypox. A rede está uniformizada quanto ao alerta para novos casos.

Fonte: Secretaria de Saúde do DF (SES-DF)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação