Um motorista bêbado atingiu duas motos, matando um motociclista e deixando outro ferido, na madrugada de ontem. A tragédia foi na Avenida Hélio Prates, próximo à UPA de Ceilândia. O Correio apurou que o resultado do teste de bafômetro feito pelo empresário paquistanês Wasim Aftab Malik, 46 anos, condutor do Fiat Mobi de cor cinza, marcou 1.0 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões, índice considerado crime. A audiência de custódia está marcada para hoje, às 9h. Ele está preso e deve responder por homicídio culposo qualificado.
A vítima da colisão, piloto de uma Yamaha, é Gilvane Cassemiro, 52. Ele deixa sete filhos, sendo quatro mulheres e três homens. Em choque, Ana Thaís Ferraz Cassemiro, 17, ressalta que o pai estava sempre presente e era um trabalhador dedicado. "Um homem incrível, que, independentemente de tudo, era alegre e feliz", lembra, com carinho. O condutor da moto Honda, que não teve a identidade revelada, foi encaminhado a um hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Testemunhas xingaram e tentaram linchar o motorista. Imagens que circularam nas redes sociais mostram os motociclistas parados em um semáforo quando foram atingidos pelo empresário. Apresentando sinais de embriaguez, Wasim Aftab foi retirado do carro pelos bombeiros. Segundo os militares, ele tinha a fala arrastada e andar cambaleante. O crime é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), onde ele está detido.
O Fiat Mobi era alugado e não havia nenhuma pendência.O empresário foi multado em R$ 2,9 mil, perdeu sete pontos na habilitação e vai responder a um processo administrativo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por um ano. Desorientado, Wasim não se feriu. Ele foi atendido no local por militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF). O Correio tentou contato com a defesa do empresário.
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) informou que as autuações por alcoolemia aumentaram 40% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado — 13,8 mil e 19,4 mi, respectivamente. Professor de medicina legal da Universidade de Brasília (UnB), Malthus Galvão avalia que as campanhas educativas precisam ser mais eficazes. "Há uma perda sensorial, da visão, em que o condutor escuta mal, se distrai com facilidade e não se atenta", detalha o perito aposentado do Instituto de Medicina Legal (IML).
Colaborou Pablo Giovanni*
*Estagiários sob a supervisão de Guilherme Marinho
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