eleições 2022

Sabatina com candidatos ao Buriti discute políticas públicas para o DF

Keka Bagno (PSOL-DF), Leandro Grass (PT-DF) e Rafael Parente (PSB-DF) participaram de debate promovido pelo Centro Acadêmico de Gestão de Políticas Públicas (Capop), da Universidade de Brasília (UnB)

Renata Nagashima
postado em 10/08/2022 22:42
Keka Bagno (PSOL-DF), Leandro Grass (PT-DF) e Rafael Parente (PSB-DF) participam de sabatina na UnB -  (crédito: Renata Nagashima/CB/D.A Press)
Keka Bagno (PSOL-DF), Leandro Grass (PT-DF) e Rafael Parente (PSB-DF) participam de sabatina na UnB - (crédito: Renata Nagashima/CB/D.A Press)

Candidatos ao Governo do Distrito Federal se reuniram, nesta quarta-feira (10/8), para uma sabatina das eleições de 2022, mediada pelo Centro Acadêmico de Gestão de Políticas Públicas (Capop), da Universidade de Brasília (UnB). Durante o período de convenções partidárias, 11 nomes foram confirmados para a disputa, mas apenas três participaram da discussão.

A sabatina foi dividida em cinco blocos, onde os três pré-candidatos presentes — Keka Bagno (PSOL-DF), Leandro Grass (PT-DF) e Rafael Parente (PSB-DF) — responderam, em ordem previamente sorteada junto a representantes dos partidos, questões sobre os principais problemas do Distrito Federal e políticas públicas necessárias para a solução desses problemas, além de perguntas sobre outros temas que envolviam pobreza, fome, saúde, educação e mobilidade.

Para a pré-candidata do Psol, “a situação da fome é a pior” que o Distrito Federal já viveu. Keka Bastos defendeu a urgência em enfrentar a precarização social ligada à insegurança alimentar. “Esse é o nosso principal objetivo. Esse cenário de miséria, que está em todas as casas, não tem como a gente tratar como fato secundário. Quem tem fome não estuda, quem tem fome não trabalha, quem tem fome não vive”, afirmou.

A proposta apresentada pela conselheira tutelar foi o programa renda básica permanente, benefício de transferência de renda de R$ 600, e o dobro para mulheres chefes de família ou cuidadores de idosos e/ou pessoas com deficiência. “Hoje, a gente tem metade da população em situação de insegurança e seis mil famílias no DF em situação de fome. Isso até que essas famílias se estabilizem em sua saúde, estarão integradas com outras secretarias, como de trabalho, educação e agricultura, para que a gente consiga inserir essas pessoas no mercado de trabalho e acabar com essa visão de que quem recebe benefício social não trabalha”, defendeu.

O ex-secretário de Educação Rafael Parente também apontou a fome e a pobreza como um dos maiores problemas do DF. Ele afirmou que, de todos os entes federados, durante os dois primeiros anos da pandemia, o DF foi o que mais aumentou a pobreza e a miséria, “Isso sem ter nenhum motivo para isso. Nós temos o maior PIB per capita do Brasil”, questionou. “A gente tem mais de um milhão de pessoas em situação de segurança alimentar. Esse é um problema gravíssimo que a gente não pode aceitar, a gente não pode aceitar num dos lugares mais ricos do Brasil e do mundo, nós temos pessoas em situação de insegurança alimentar”, destacou.

Parente também criticou o cenário da saúde pública na capital e afirmou que pretende acabar com o Instituto de Gestão Social do Terceiro Setor (Iges), responsável pela administração de UPAs e de alguns hospitais do DF. “Não vamos aceitar o discurso de que a nossa saúde sempre foi ruim, o nosso sistema de saúde já foi referência nacional. Nossa prioridade vai ser acabar com o IGES e fazer uma reorganização do sistema da saúde. De maneira geral a gente precisa fazer uma recomposição.”

Leandro Grass ressaltou que sua prioridade é promover a redução da desigualdade e erradicar extrema pobreza no DF. “Quando olhamos para o conjunto dos setores e áreas da sociedade, uma grande marca é a desigualdade, que atinge, principalmente, eixos de raça e gênero e de território”, apontou. Grass argumentou que pretende acabar com a situação de insegurança alimentar e do desemprego integrando secretarias do governo. "Nós temos que trabalhar isso de maneira mais ampla integrando outras políticas de forma que a gente consiga no curto/médio prazo promover essa questão da desigualdade e erradicar a extrema pobreza no Distrito Federal, que tem avançado muito”, frisou.

Leandro Grass também defendeu a reformulação do sistema de saúde pública. Para o deputado, há uma inversão de prioridades. “A base é a atenção primária, se isso não funciona impacta hospitais de alta e média complexidade. O Iges é o grande vilão, mas não se extingue de uma hora para outra porque pessoas vão perder o emprego e isso causaria um colapso na saúde. Mas minha prioridade é 100% de cobertura de atenção primária da saúde no DF”, afirmou.

Por enquanto, estão na corrida eleitoral ao GDF o governador Ibaneis Rocha (MDB); o ex-vice-governador e ex-senador Paulo Octávio (PSD); o deputado distrital Leandro Grass (PV), da federação PT-PV-PCdoB; o senador Izalci Lucas (PSDB); a senadora Leila Barros (PDT); a assistente social Keka Bagno (PSol), da federação PSol-Rede; o ex-secretário de Educação Rafael Parente (PSB); o professor Lucas Salles (DC); o professor Robson Raymundo (PSTU); o servidor público Renan Rosa (PCO); e Teodoro da Cruz (PCB).

As candidaturas podem ser registradas até 15 de agosto.

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