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Morto e carbonizado na rua

Na madrugada, Joelson Rego, 29 anos, foi golpeado quatro vezes no pescoço. O assassino confessou à polícia que, depois do homicídio, ele arrastou o corpo para a área verde da quadra 302 Sul, cobriu com um cobertor e ateou fogo

Carlos Silva*
postado em 12/08/2022 00:01
Joelson Rego agonizou até a morte, antes ateassem fogo em seu cadáver -  (crédito: Divulgação/PCDF)
Joelson Rego agonizou até a morte, antes ateassem fogo em seu cadáver - (crédito: Divulgação/PCDF)

Um corpo carbonizado foi encontrado próximo à Rua das Farmácias, na 302 Sul, na manhã de ontem. Durante a madrugada, Joelson Rego, 29 anos, foi golpeado com uma faca quatro vezes no pescoço. Depois de agonizar até a morte, seu corpo foi arrastado para a área verde do local, onde o assassino, conhecido como Jamaica, 34, o cobriu com um cobertores e ateou fogo.

Segundo a investigação feita pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), tanto a vítima quanto o autor do crime eram moradores de rua. Joelson morava no local há três semanas, e Jamaica, há sete. "Ambos eram viciados em crack. Segundo o autor, Joelson o obrigava a conseguir drogas para ele. Quando não conseguia, a vítima o ameaçava, dizendo que ia matá-lo e atear fogo no corpo", relata Jonatas Silva, delegado-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). As chamas foram avistadas por volta das 5h de ontem. O segurança de um estabelecimento local acionou a polícia. 

Frio relato

Uma palavra sintetiza o relato dos delegados que participaram do interrogatório de Jamaica: Frieza. Enquanto descrevia de modo calmo e detalhado a forma como agiu, desde as facadas até atear fogo em Joelson, o assassino não esboçava sentimento de culpa ou remorso pelo que fez. "Ele confessou que fez tudo sozinho. Extremamente frio, não demonstrou nenhum arrependimento. Só disse que se antecipou, falou que não ia esperar que o outro o matasse, e foi lá e o matou antes. Permaneceu tranquilo, não se exaltou em nenhum momento, só perguntou quantos anos ficaria preso", descreve o delegado Isac Azevedo, da 1a DP.

Pena

De acordo com o delegado-chefe Jonatas Silva, o crime é tratado como homicídio qualificado, sem possibilidade de reação da vítima, que estava dormindo. Ele também ressaltou que é avaliada a possibilidade de acrescentar ocultação de cadáver. A pena prevista é de 20 a 30 anos de prisão.

De acordo com dados da PCDF, na Asa Sul, somente este ano, ocorreram sete homicídios e quatro tentativas. Todos os casos envolveram moradores de rua. "Normalmente são casos envolvendo drogas, disputa por território, alcoolismo. Esse foi mais um deles", destaca o delegado Isac Azevedo.

* Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado

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