INVESTIGAÇÃO

Criminosos cobravam até R$ 10 mil para acelerar procedimentos de pacientes

Na manhã desta quarta-feira (21/9), policiais civis da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) cumpriram três mandados de busca e apreensão nas cidades de Várzea Grande e Rondonópolis contra integrantes do Comando Vermelho

Darcianne Diogo
postado em 21/09/2022 12:30 / atualizado em 21/09/2022 12:32
Policiais civis da 19ª DP (P Norte) cumprem mandado de busca e apreensão em penitenciária de Rondonópolis (MT) -  (crédito: Divulgação/PCDF)
Policiais civis da 19ª DP (P Norte) cumprem mandado de busca e apreensão em penitenciária de Rondonópolis (MT) - (crédito: Divulgação/PCDF)

Integrantes da facção Comando Vermelho presos na Penitenciária de Rondonópolis, no Mato Grosso, e investigados por extorquir familiares de pacientes internados em hospitais do DF chegavam a pedir R$ 10 mil para cada vítima. A polícia estima que o grupo criminoso aplicou golpe em mais de 20 pessoas. Conversas de WhatsApp colhidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostram a audácia dos estelionatários (veja galeria de fotos).

  • Trecho das conversas dos criminosos do Comando Vermelho com pacientes do DF Divulgação/PCDF
  • Policiais civis da 19ª DP (P Norte) cumprem mandado de busca e apreensão em penitenciária de Rondonópolis (MT) Divulgação/PCDF
  • Agentes da 19º DP durante operação na Penitenciária de Rondonópolis, no Mato Grosso Reprodução/PCDF

Na manhã desta quarta-feira (21/9), policiais civis da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) cumpriram três mandados de busca e apreensão nas cidades de Várzea Grande e Rondonópolis. Segundo as investigações, o grupo era liderado por um preso da Penitenciária de Rondonópolis, que contava com o apoio de familiares e laranjas, responsáveis por emprestar contas bancárias para o recebimento dos valores.

Se passando por um médico, os estelionatários ligavam diretamente nos quartos de pacientes internados em hospitais do DF. De posse dos dados pessoais dos pacientes, os criminosos exigiam dinheiro para realizar "procedimentos de urgência", que teriam sido negados pelos planos de saúde. "A unidade está só no aguardo das documentações para liberação dos equipamentos de imagem", diz o preso em uma das mensagens enviadas à uma vítima.

Em resposta, a pessoa diz que está com o dinheiro e pede o valor exato e onde pode fazer o pagamento. O criminoso responde que, antes de qualquer procedimento, precisa dos documentos para a liberação. E complementa: "Até agora não consegui entender a posição da família. Está mais preocupada em arrumar dinheiro do que fazer a liberação dos equipamentos."

Investigação

Além do golpe do falso médico, os presidiários também clonavam o anúncio de veículos em sites da internet, causando prejuízos a vítimas de diversas unidades da Federação.

Nas buscas na Penitenciária de Mata Grande em Rondonópolis foram apreendidas anotações relacionados ao Comando Vermelho, a qual os investigados são filiados e levava parte dos lucros dos golpes. A polícia também apreendeu celulares utilizados pelos autores e documentos que serão analisados para identificação da participação de cada um dos envolvidos.

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