Entrevista

CEO do grupo Opinião destaca equilíbrio: "Será uma semana agitada"

Para Alexandre Garcia, disputas no GDF e para o Senado no DF não estão definidas. O CEO chama a atenção para a possibilidade de crescimento de Leandro Grass (PV)

Ana Maria Campos
postado em 26/09/2022 06:48 / atualizado em 26/09/2022 06:48
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O CEO do grupo Opinião, Alexandre Garcia, destaca que as disputas nas eleições no DF serão intensas. Avaliando a terceira rodada da pesquisa encomendada pelo Correio, ele destaca que a chance de segundo turno na corrida ao GDF é grande. Garcia avalia que o momento aponta para embate entre Ibaneis Rocha (MDB) e Paulo Octávio (PSD), mas alerta para o poder de crescimento de Leandro Grass (PV).

Entrevista // Alexandre Garcia - CEO do grupo Opinião


A uma semana das eleições, qual é a principal conclusão dessa rodada da pesquisa Correio/Opinião?

As eleições para governador do Distrito Federal estão bem encaminhadas para Ibaneis. Isso fica comprovado quando a gente testa todos os cenários de segundo turno e ele sai em grande vantagem contra todos os oponentes. Mesmo assim, a sensação que a gente tem é de que haverá segundo turno, com uma possibilidade de Ibaneis ser eleito no primeiro. Mas tudo indica que não vai acontecer, como deve acontecer no cenário nacional, a questão de migração de votos. As pessoas estão bem conectadas com seus candidatos. Então, dificilmente haverá isso no cenário para governador. A nossa aposta é de segundo turno, mas está muito no limite.

A chance de segundo turno para o governo aumentou. É uma tendência?

Ibaneis está oscilando entre 49%, 51%, 52%, na margem de erro, entre os votos válidos. A nossa aposta, olhando para a perspectiva de crescimento dos outros candidatos, é de que Ibaneis vai ter que ir para o segundo turno, possivelmente com o Paulo Octávio. Vimos algumas pesquisas que colocam Leandro Grass no segundo turno, mas a gente não acredita que esse seja o cenário atual. Mas, de toda forma, Leandro Grass vem numa ascendente. Na série histórica de pesquisas, a gente o vê ocupando espaço semana a semana. Se ele seguir nessa perspectiva, tem chance de ser o candidato para o segundo turno. Mas ele teria que ganhar três pontos percentuais e em nenhuma dessas semanas ele cresceu três pontos percentuais de uma vez. Então, está entre os dois. Não acreditamos que os demais candidatos deverão alterar muito.

Em segundo lugar, Paulo Octávio, Leandro Grass e Leila aparecem tecnicamente empatados. Quem está em vantagem?

Na nossa avaliação, Paulo Octávio está em vantagem em relação aos três, mas a gente acredita que o Leandro Grass tem um poder de crescimento nessa reta final e pode tomar o segundo lugar do Paulo Octávio, aumentando as chances de haver segundo turno. A gente sabe que uma boa parcela do eleitorado ainda não conhece o Leandro Grass, mas ele tem o Lula a seu lado e isso pode trazer alguns votos.

No caso do Senado, Damares tem chance de derrotar Flávia Arruda?

Para o Senado, a gente tem visto um comportamento bem interessante. A Damares, no nosso primeiro levantamento, aparecia com 10% e, a cada semana, ela conquistava de 4% a 5% do eleitorado. E ela vem mantendo essa sequência de crescimento já há quatro semanas. Ela saiu de 10% para 15%, depois para 20% e agora passou dos 25%. A gente acredita que a Damares vai ganhando votos à medida que ela vai se tornando mais conhecida porque ela ainda tem um nível de desconhecimento alto entre o eleitor. A gente sabe que, tirando as questões de presidente e governador, em que as pessoas têm o voto encaminhado, para senador, deputado federal e distrital, decide-se na última semana. Leva-se muito em conta as relações pessoais, familiares. Então, isso aí pode sofrer ainda alguma alteração. A gente acredita que não é uma eleição decidida. As duas candidatas têm chances de votos. A Flavia começou num patamar mais alto e vem perdendo votos à medida em que a campanha vai caminhando e a Damares vem numa crescente. Então, acredito que tanto uma quanto a outra pode levar essa eleição para o Senado.

Teremos um suspense até dois de outubro?

Sim. Há chance de crescimento do Leandro Grass e de a Damares Alves desbancar a Flávia Arruda. Será uma semana agitada para nossos candidatos.

E no cenário nacional, o que se destaca?

O recorte do cenário nacional no DF mostra o presidente Bolsonaro bastante consolidado, com mais de 40% das intenções de votos. Lula tem em torno de 30% das intenções de votos. Então, acredito que, em Brasília, Bolsonaro vai levar com alguma folga. Agora para o cenário nacional é uma grande incógnita. Temos acompanhado pesquisas com metodologias distintas. Pesquisas por telefone têm resultados mais favoráveis para Bolsonaro. Se eu analisar pela perspectiva das pesquisas por telefone, Bolsonaro poderia até levar no primeiro turno. Se eu analisar na perspectiva das pesquisas presenciais, o Lula poderia levar no primeiro turno. Enfim, vai ser uma grande batalha, imprevisível. Não dá para saber o que vai acontecer. A nossa aposta é de que haverá segundo turno para presidente da República. Mas está bem difícil de cravar. Vimos especialistas que têm analisado os dados de pesquisa e acertaram em eleições em outros países e mesmo esses não têm a resposta. É um cenário absolutamente dividido e qualquer um dos dois pode levar essa eleição.

Nota técnica

Pesquisa registrada no TSE sob o número DF-09779/2022, encomendada pelo Correio Braziliense. Correio/Opinião foi a campo entre 22 e 24 de setembro, com 1.099 entrevistas presenciais. A margem de erro estimada é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.

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