Eleições 2022

Keka Bagno defende educação nas escolas para prevenir violência sexual

A candidata defende que as crianças devem ter aula de educação sexual como meio de prevenção contra a violência. Para ela, não divulgar os casos de feminicídio corresponde a silenciar as vítimas de violência e culpabilizá-las

Luciana Duarte*
postado em 28/09/2022 16:48 / atualizado em 28/09/2022 17:10
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Keka Bagno, candidata ao Governo do Distrito Federal, é a entrevistada de hoje (28/9) do CB.Poder Especial — programa do Correio em parceria com a TV Brasília. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), a assistente social sustenta que não divulgar os casos de feminicídio é uma forma de culpabilizar a vítima. “As mulheres já são silenciadas quando estão em processo de violência. Nós precisamos de campanhas em espaços públicos para o enfrentamento ao machismo e a todas as formas de violência contra meninas e mulheres”, disse Keka à jornalista Ana Maria Campos, que conduziu a entrevista.

“No Distrito Federal existe uma epidemia de violência contra as mulheres”, afirmou. Segundo a assistente social, desde a aprovação da lei do feminicídio, em 2015, mais de 140 mulheres foram assassinadas em circunstâncias que caracterizam o crime e deixaram mais de 250 crianças órfãs. O termo epidemia não diz respeito ao adoecimento. “O agressor não é um doente, é um agressor”, afirmou. Mas a referência diz respeito à perda de controle do fenômeno e à falta de mecanismos de contenção, segundo ela.

“Nós defendemos educação sexual nas escolas para prevenir a violência sexual”, salientou a candidata, ao reforçar que é preciso educar para a paz, ensinando comportamentos de respeito e de autoproteção. “Se nós compreendemos desde criança que homens e mulheres têm os mesmos direitos, com certeza as práticas de violência irão diminuir”.

Sobre a mobilidade urbana, a candidata afirmou que é possível resolver o problema em quatro anos de mandato. “Ficamos felizes em ver que outros candidatos também tenham abraçado o tema da tarifa zero, que é uma reivindicação histórica principalmente dos universitários”, disse. Keka afirmou que existem cidades no Brasil que têm evoluído no assunto, adotando tarifa zero ou tarifa integrada, para as quais se paga um valor único e são usados todos os meios de transporte interligados.

“Nós não queremos cidade para carros, nós queremos incentivo do transporte coletivo” afirma. A candidata é contra a criação de estacionamentos pagos no centro de Brasília por entender que entra em uma lógica de privatização e não resolve o problema. "O que se faz para diminuir o número de carros é o aumento do transporte público”, acredita.

Quanto ao balanço de campanha, Keka reconhece que aprendeu a escutar: "você vai lidando diretamente com as dores das pessoas e vai aprendendo a construir saídas para essas dores”. Durante o período, ela relata que sofreu violência física. “Uma pessoa me empurrou, na frente de centenas de outras pessoas e disse que eu deveria retirar minha campanha”, contou.

 

Sobre a saúde, a candidata considera que a falta de atenção básica é um dos grandes problemas a serem sanados. “Muitas pessoas recorrem aos hospitais porque não têm atendimento na ponta”, afirma. Segundo ela, é possível resolver o problema em quatro anos de mandato e, dentro do programa de governo, já tem recurso destinado ao atendimento primário.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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Dia e horário de votação: o primeiro turno será no domingo (2/10), das 8h às 17h, no horário de Brasília. O segundo turno, caso necessário, será em 30 de outubro.

Onde votar: o eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou por meio do aplicativo e-Título, acessando "onde votar".

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