LUTO

Morre, aos 93 anos, brigadeiro Elahir Amaral da Nóbrega

Paranaense de Guarapuava, o Brigadeiro Nóbrega, como é conhecido, fez história na Força Aérea Brasileira (FAB)

Correio Braziliense
postado em 08/10/2022 19:01 / atualizado em 08/10/2022 19:01
 Crédito: Arquivo Pessoal. Obituário. Elahir Amaral da Nóbrega, brigadeiro  -  (crédito:  Arquivo Pessoal)
Crédito: Arquivo Pessoal. Obituário. Elahir Amaral da Nóbrega, brigadeiro - (crédito: Arquivo Pessoal)

Destaque na aviação de reconhecimento brasileira, o brigadeiro Elahir Amaral da Nóbrega faleceu na última sexta-feira (7/10), aos 93 anos, em Brasília — cidade em que morava desde o início da década de 80 — em decorrência de complicações de uma pneumonia. O corpo do brigadeiro será velado neste domingo (9/10), a partir das 10h, na Base Aérea de Brasília.

Elahir da Nóbrega deixa a esposa, Júlia Simone Meira Cartaxo de Sá; os filhos Domingos, Manoel, Tereza e Ana, do primeiro casamento com Vera Nóbrega; os enteados Juliana e Hélio e os netos Daniel, Lucas, Rafael, Natasha, Mariana e Manuela.

Paranaense de Guarapuava, o Brigadeiro Nóbrega, como é conhecido, fez história na Força Aérea Brasileira (FAB), onde conquistou reconhecimento pela participação em relevantes missões, como as que apoiaram o Batalhão de Suez na região do canal de mesmo nome, em 1958. 

Elahir da Nóbrega iniciou sua trajetória na Aeronáutica como integrante de um programa de patrulha na Amazônia, realizado com o auxílio de três Catalinas, hidroaviões doados pelo Governo americano ao Brasil, em 1943, e considerados fundamentais para a integração nacional.

  • Crédito: Arquivo Pessoal. Obituário. Elahir Amaral da Nóbrega, brigadeiro Arquivo Pessoal
  • Crédito: Arquivo Pessoal. Obituário. Elahir Amaral da Nóbrega, brigadeiro Arquivo Pessoal
  • Crédito: Arquivo Pessoal. Obituário. Elahir Amaral da Nóbrega, brigadeiro Arquivo Pessoal

Ele se orgulhava de, mais tarde, ter sido também piloto das lendárias aeronaves B-17, apelidadas de Fortalezas Voadoras. Utilizadas na missão de paz no Canal de Suez, essas aeronaves foram, na ocasião, os primeiros aviões da FAB a cruzar o Oceano Atlântico. Também estiveram presentes no apoio à Marinha do Brasil na “Guerra da Lagosta”, em 1963.

Coube ao então Major Nóbrega transladar, do Recife (PE) para o Estados Unidos, uma B-17 doada pela FAB ao Museu da Força Aérea Americana. Também no Recife, foi o responsável por batizar de esquadrão Carcará o grupo de aviação de reconhecimento ali sediado.

Como comandante da Base Aérea de Salvador (BA), entre 1980 e 1982, o brigadeiro Nóbrega teve a oportunidade de preparar a recepção ao Papa João Paulo II, que desembarcou ali para dar início à sua visita ao Brasil. Outro encontro memorável foi com o cosmonauta Iuri Gagarin, apenas três meses após o voo do soviético ao redor da Terra com sua Vostok I, em abril de 1961.

Esse encontro, no entanto, se deveu ao acaso e ficou registrado como um episódio curioso em sua memória. Ao pousar na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, avistou o ilustre visitante sob uma das asas da aeronave soviética e, ao abordá-lo, recebeu de presente um maço de cigarros russo.

Em Brasília, o brigadeiro Nóbrega foi superintendente do aeroporto internacional, de 1986 a 1990, após passar para a reserva, compulsoriamente, devido à idade. Embora já não pilotasse, a aviação foi sempre uma das suas maiores paixões, assim como as plantas, os pássaros e a poesia.

Era com inspirados escritos que sempre presenteava os familiares em ocasiões especiais. Entre suas citações preferidas, destaca-se um poema de Francisco Otaviano: “Quem passou pela vida em branca nuvem / e em plácido repouso adormeceu, / Quem não sentiu o frio da desgraça, / Quem passou pela vida e não sofreu, / Foi espectro de homem, e não homem, / Só passou pela vida, não viveu”.

Despedida

Velório: das 10h às 14h, na capela da Base Aérea de Brasília
Sepultamento: às 14h30, no Cemitério Campo da Esperança, no jazigo 905

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