Crime

Conflito e ameaça precederam espancamento de Gengis Keyne; clima é de tensão

Neste fim de semana, Gengis chegou a ter uma discussão com um dos moradores e o ameaçou com uma faca, relatam vizinhos

Darcianne Diogo
Edis Henrique Peres
Júlia Eleutério
postado em 17/10/2022 12:12 / atualizado em 17/10/2022 14:25
 (crédito: Ed Alves/ CB/ DA Press)
(crédito: Ed Alves/ CB/ DA Press)

Ameaças e conflitos marcam o período em que Gengis Keyne morou em um apartamento alugado na Vila Planalto. Antes de ser espancado na madrugada deste domingo (16/10), Gengis protagonizou discussões com os outros inquilinos e ameaçou um dos moradores de morte, com uma faca.

Conhecido no DF pelo assassinato cruel de um adolescente de 16 anos, espancando até a morte no DF, em 1993, Gengis era membro da gangue Falange Satânica. Na época do crime se entregou à polícia e delatou os comparsas.

A reportagem foi até o local em que Gengis morava e conversou com a sogra do ex-integrante da gangue e com outros vizinhos do prédio de seis apartamentos. Os inquilinos têm um histórico de conflito. Um dos moradores, que pediu para não ser identificado, narrou ao Correio que Gengis e a companheira estavam há meses sem pagar o aluguel. 

"Cortaram a água e a luz deles, por falta de pagamento. E quando outra inquilina estava religando a própria água, a mulher do Gengis começou a gritar, que estavam cortando a água dela. Ela (companheira do Gengis) tinha uma personalidade bem difícil de lidar. O Gengis então apareceu na escada, ele morava no último apartamento, e começou a ameaçar todo mundo com uma faca, chamando para subir lá em cima. Ele disse que não adiantava o que acontecesse, onde a inquilina debaixo se escondesse, que ele pegaria ela", narra.

Depois da discussão, na madrugada deste domingo (16/10), um grupo de pessoas invadiu o apartamento em que Gengis morava e o espancou. No entanto, os depoimentos prestados à polícia são divergentes.

A companheira de Gingis relatou à PCDF que um dos vizinhos chegou a atirar duas vezes contra a família, no quarto em que eles estavam, mas nenhum tiro chegou a atingi-lo. No entanto, o vizinho que conversou com o Correio, nega qualquer barulho de tiro durante a madrugada. Ele disse que chegou a ouvir barulho de coisas se quebrando na madrugada, mas imaginou que fosse uma briga de casal.

Nesta manhã, a sogra de Gengis aguardava uma equipe para desmontar os móveis da filha e tirar ela do apartamento. A mulher questiona a "coincidência da invasão" ter ocorrido no mesmo dia em que aconteceu a discussão com os vizinhos.

A perícia esteve no apartamento e o caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (asa Norte). A reportagem esteve na unidade policial, mas ninguém falou sobre o caso. 

  • Prédio em que Gengis Keyne foi espancado tem histórico de conflitos e ameaças entre vizinhos Ed Alves/ CB/ DA Press

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