ECONOMIA

Natal: comércio do DF investe alto para as festas de final de ano

Lojas começam a abastecer estoques e a enfeitar vitrines com decorações natalinas. Comerciantes esperam vender até 30% a mais do que em 2021. Expectativa positiva também nas contratações temporárias

A expectativa do comércio do Distrito Federal para o período natalino é tamanha, que os preparativos já estão a todo vapor — mesmo a dois meses das festas de fim de ano. As lojas da capital do país começam a enfeitar as vitrines com árvores, guirlandas e Papais Noéis. Nas prateleiras, kits de produtos embalados com laços nas cores vermelha, verde e dourada. Nos armários, estoques abastecidos e espaço para receber as novas levas de produtos, que devem continuar chegando até dezembro. Entre os comerciantes, o clima é de animação. Os responsáveis pelas lojas esperam crescimento entre 25% e 30% nas vendas deste ano, em comparação ao período natalino de 2021.

A previsão positiva é explicada pelo cenário econômico, conforme aponta o economista Francisco Rodrigues. "O índice de confiança do empresário do comércio cresceu bastante, e há expectativa de contratação de mão de obra temporária. Ao mesmo tempo, temos percebido deflação e ingestão de recursos financeiros, como o 13º salário. Então, podemos pensar que (este Natal) será muito melhor do que 2021", projeta. O prognóstico do especialista é sentido entre os lojistas. Silas Gama Paiva, gerente da Camicado, que comercializa produtos para o lar, espera vender ao menos 30% a mais do que no ano passado. "A expectativa está muito boa", conta.

O estabelecimento costuma dar início aos preparativos para a festa em outubro, mas, neste ano, a animação é maior. "Nos outros anos, tínhamos alguns produtos antigos. Agora, o estoque está muito renovado e está cheio. Toda segunda e quarta-feira, chegam caminhões de produtos. Os dois últimos que vieram tinham apenas itens natalinos", anima-se Silas, que prevê aumento de 50% nas vendas em relação a 2020. Na comparação com 2019, período pré-pandêmico, a expectativa também é boa, e o gerente espera superar em 15%. "Depois dessa tragédia (a covid-19), com tantas perdas, o pessoal está juntando mais a família."

Contratações

"Bombástico". É assim que Rozangela Bezerra, gerente do Boticário, sintetiza a expectativa da loja para o período natalino de 2022. Ela espera vender 15% a mais do que no Natal do ano passado, ultrapassando em 20% as saídas de 2020. Em relação a 2019, a previsão é de comercializar 10% a mais. "Nós já estamos vendendo os kits de Natal, já estamos no clima, e percebemos que os clientes também. As vendas têm se mexido muito bem." Por conta da alta procura, Rozangela precisou contratar quatro pessoas temporariamente, somente neste mês. Acompanhando a previsão das vendas, ela deve chamar mais três colaboradores extras no próximo mês e fechar mais cinco contratações temporárias em dezembro.

Rayana Soares é uma das novas funcionárias e começou na loja há 15 dias. "Estamos a mil. O pessoal já está procurando os produtos para o Natal e as vendas estão aquecidas. O movimento começa a melhorar bastante nesta época", observa a vendedora, cuja contratação inicial era apenas para um mês. O desempenho de Rayana tem agradado tanto, que, após o término do período temporário, ela será contratada, com carteira assinada. "Ela superou o que estávamos esperando. É surpreendente", elogia a gerente.

As perspectivas dos comerciantes do DF sobre a contratação de funcionários temporários para o fim do ano cresceu 61% na comparação com o mesmo período de 2021, segundo o Sistema Fecomércio do DF. Na mesma linha, a previsão de vagas disponíveis quase dobrou: são 3,5 mil, contra 1,8 mil de 2021. Nélio Rodrigo, gerente da Via Veneto, que vende roupas masculinas, incorporou mais dois integrantes para a equipe. Embora não sejam temporários, as entradas foram pensadas para o fim de ano. "Nossa expectativa está lá em cima. Já começou a chegar mercadoria e o clima está esquentando. Só nesta semana, recebemos 105 ternos para o estoque. O pessoal já está vindo comprar e estamos nos preparando para não faltar nada."

Os produtos mais procurados, de acordo com o gerente, além dos ternos, são camisetas e camisas. Uma das novas colaboradoras da loja é Larícia Alencar. "Já está sendo bem legal (o movimento) e acredito que vai melhorar. Nos meses que antecedem o Natal, a gente espera mais fluxo e vendas." Apesar da pouca idade, apenas 22 anos, Larícia tem se destacado. "Ela tem sido uma grata surpresa", avalia Nélio, que espera vender 25% a mais do que no ano passado. Em relação a 2020, ele prevê crescimento de 50%. Na comparação com 2019, a expectativa é de aumento de 15%. 

Consumidores

Entre os clientes, o clima também é de animação. A moradora de Águas Claras, Sabrina Ilha, 25 anos, costuma presentear amigos e familiares no Natal. Embora pense em comprar os presentes apenas em novembro, a jovem planeja as aquisições. "Costumo dar de presente perfumes, roupas, como camisas, blusas e calças, carteiras e acessórios, como brincos," enumera.

Para atrair a clientela, os centros comerciais apostam em novidades e atrações natalinas. É o caso do Taguatinga Shopping. Quem passa pelo local vê os preparativos a todo vapor. O esqueleto da árvore de Natal de 33 metros está do lado de fora do shopping, junto a uma passarela de cinco metros que rodeia parte do jardim externo. A árvore permite a entrada de pessoas em sia estrutura e, no próximo dia 5, será a grande inauguração do complexo natalino, com a chegada do Papai Noel, show de luzes e muita música. "Isso é muito positivo, vai incrementar ainda mais eh o fluxo de vendas e pessoas", anima-se Maíra Garcia, gerente de marketing do shopping. "A expectativa é muito boa. Esperamos 20% de crescimento nas vendas e 15% em relação ao fluxo de pessoas."

 

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Confiança

O Índice de Confiança do Empresário do DF (Icec-DF) subiu, pela sétima vez consecutiva, em setembro e atingiu o maior patamar em 12 meses: 126,3 pontos. Em relação a setembro de 2021, o número aumentou 7,3%. Ao longo de um ano, o dado se manteve acima da zona de satisfação — 100 pontos. Os números são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).