Pandemia

Alta nos casos de covid-19 no DF alerta para necessidade de vacinação

No intervalo de quinze dias, taxa de transmissão da covid-19 registrou alta de 0,91 para 1,25, segundo boletim epidemiológico desta terça-feira (8/11). Especialistas incentivam reforço na estratégia de imunização e atenção com medidas sanitárias

Pedro Marra
postado em 09/11/2022 06:00 / atualizado em 09/11/2022 09:15
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

A alta na taxa de transmissão do novo coronavírus, no Distrito Federal, tem preocupado especialistas de saúde. O indicador saltou de 0,91, em 27 de outubro, para 1,25 no boletim epidemiológico desta terça-feira (8/11), que trouxe 149 casos, 43 a mais que no documento anterior. O número mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) mostra que a taxa está acima da média estipulada, e mostra que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras 123. Quando o indicador está acima de 1, a crise sanitária tende a piorar. O número se igualou ao mesmo de 27 de junho, há mais de quatro meses. A maior taxa tinha sido anunciada em 24 de junho, quando esteve em 1,49.

Esse cenário mostra a preocupação com a pandemia da covid-19, que ainda não acabou, como ressalta a infectologista Valéria Paes. "O mais urgente é completar o esquema de vacinação de pessoas que não tomaram todas as doses", alerta a especialista. Até esta terça-feira (8/11) à noite, o Vacinômetro da pasta informava que a capital tinha 84,3% da população com segunda dose ou dose única aplicada no braço.

Valéria pondera que o aumento do número de casos e da taxa de transmissão do novo coronavírus causa alerta, mas não representa um retrocesso na pandemia, com explosão do número de ocorrências. "A preocupação é acender uma luz de alerta, mas ainda é necessário instituir as medidas preventivas e verificar o cartão vacinal. O importante é não banalizar a situação, deixar para lá o exame e de fazer o isolamento adequado para evitar um novo aumento do número de casos", orienta.

Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica da SES-DF, Fabiano dos Anjos, a pasta tem adotado duas estratégias de prevenção: manter a vacinação para o público-alvo e realizar a testagem de casos sintomáticos. Para ele, "o Distrito Federal ainda tem uma cobertura de dose de reforço insuficiente para a demanda".

Ainda ontem à noite, Ibaneis Rocha anunciou que, devido à importância da conclusão do ciclo vacinal, no próximo sábado, terá um carro de vacina na Expansão de Samambaia. "É importante reforçar que seguimos o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, que tem, inclusive, respaldo técnico de pesquisadores e imunologistas", comentou o chefe do Executivo local.

Comunidade

Em relação a testagem em massa da população, Fabiano afirma que a pasta tem um número pequeno de casos. "Ainda não vimos um aumento efetivo do número de casos diários. Então, precisamos manter o nosso cartão de vacina com esquema completo e as pessoas infectadas têm de se isolar para a gente evitar mais diagnósticos positivos", aconselha.

Para o epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant, há medidas que são importantes serem adotadas pelo governo, como a vigilância de síndromes respiratórias estar ativa para a SES-DF saber quais vírus circulam pela capital federal. Segundo ele, as cinco unidades que coletam respostas respiratórias, seja de covid-19 ou de outros vírus, precisam ser mais rápidas. "Está em uma velocidade lenta, com relatórios publicados com um mês de atraso", critica.

Jonas cita a melhora da relação das unidades de atenção primária com a comunidade local, que têm horário comercial disponível, enquanto a maioria está no trabalho. Para ele, é preciso reduzir as barreiras de acesso à vacina, com apoio do transporte público, se possível. O especialista sugere que a população precisa fazer uma avaliação do risco contra todo tipo de doença respiratória. "Se estou em um ônibus, o uso da máscara é recomendado. Assim como se estou em um ambiente com muitas pessoas e posso abrir as janelas para garantir circulação, diminuo o risco de infecção", conclui o epidemiologista da UnB.

Quantos vacinados 

Primeira dose

2,5 milhões

 

Segunda dose

2,4 milhões

 

Terceira dose

1,4 milhões

 

Quarta dose

592 mil

 

Dose única (sem reforço)

60,9 mil

 

POR GRUPOS

Crianças de 3 a 4 anos

» 6,7 mil (D1)

» 1,8 mil (D2)

 

Crianças de 5 a 11 anos

» 193,2 mil (D1)

» 134,6 mil (D2)

» 9 (D3 ou dose de reforço)

 

Pessoas com comorbidades

» 198,5 mil (D1)

» 111,8 mil (D2)

» 2,9 mil (D3 ou de reforço)

» 1 mil (D4 ou segunda 

de reforço)

» 13 (D5 ou terceira de reforço)

» 40 (dose única)

 

Fonte: Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) e Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF (SEPD)

 

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