Exposição

Projeto Um grito por consciência retrata a beleza de estudantes negros

Mostra fotográfica será no CEF 28 do Sol Nascente. Fotos destacam a beleza negra e evidenciam situações de preconceito, racismo, violência e bullying, dentro e fora do ambiente escolar

Em busca de ressignificar o pensamento por meio do olhar da fotografia e da arte, o projeto Retratos, um grito por consciência chega a quarta edição. A mostra é composta por fotografias em preto e branco, produzidas no ambiente escolar, com a presença de alunos e profissionais da rede pública de ensino do Distrito Federal. As fotos têm o objetivo de ressaltar a beleza negra, além de evidenciar situações vividas pelos membros dentro e fora do ambiente escolar, como preconceito, racismo, violência e bullying. 

A exposição está marcada para este sábado (26/11), no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 28 do Sol Nascente, e é aberta aos alunos do 9º ano da escola, familiares e convidados. O evento ocorre no mês da Consciência Negra e pretende receber a comunidade escolar para prestigiar a iniciativa.

Utilizando o olhar educativo como um viés de difusão cultural, a mostra foi idealizada em busca de uma revolução na vida dos participantesO projeto nasceu da iniciativa da professora de geografia, Késia Vieira, em parceria com o professor de artes, Toni Luz e da fotógrafa Amanda Luz. A primeira edição foi realizada em 2019, e continuou, mesmo com a pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, no CEF 28 do Sol Nascente.


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A professora Késia explica que a ideia de criar o projeto surgiu em 2017, enquanto lecionava no CEF 35, em Ceilândia. "Os alunos dos oitavos anos sofriam com algumas questões sociais: uma escola que era marginalizada pela própria direção, que não via os alunos como seres humanos, mas sim como pequenos bandidos", conta. 

"A escola é localizada numa região que, além de sofrer com a baixa situação socioeconômica, sofre também com a disputa por territórios pelo tráfico de drogas. Diante deste cenário, encontrei alunos que não tinham a menor motivação para estudar, se interessavam pelas atividades extras que eram oferecidas pela escola, mas não pelo conteúdo oficial", relembra. 

Ao aumentar a autoestima e a confiança dos participantes, o projeto foi responsável por fazê-los se sentirem representados. Anne, aluna do CEF 35, participou da exposição de 2019 e diz que "Foi uma sensação incrível, a fotógrafa Amanda Luz mandou muito bem em cada detalhe. Foi uma honra participar e ter o privilégio de ter sido a capa da exposição 'Retratos, um grito por consciência", comemora.

Juliana, professora de matemática do CEF 35, também fez parte da edição de 2019. "Participar do projeto fez com que eu visse a beleza que não é retratada diariamente. Vi nos olhos dos meus alunos e alunas negras a felicidade de serem vistos como belos e belas. O 'Retratos' fez eles mudarem de postura até dentro da sala de aula", relata. Ela acrescenta que os estudantes que não participavam das aulas passaram a interagir mais com os colegas e com os conteúdos. 

Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.
Amanda Luz - 4ª edição do projeto Retratos, um grito por consciência.

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