Campanha propõe trocar nomes de doces que remetem a um viés preconceituoso

A iniciativa "Respeito Na Medida" estimula o debate e a reflexão sobre nomes de doces tradicionais, como nega maluca ou espera marido

Mila Ferreira

postado em 05/12/2022 15:00 / atualizado em 05/12/2022 15:02

(crédito: Divulgação)

Maria mole, espera marido, teta de nega, nega maluca. Alguns nomes de doces tradicionais estão recheados de preconceito. A nova campanha da marca de açúcar Guarani, "Respeito na medida", promove um debate sobre essas nomenclaturas e convida os consumidores a contribuírem com novas sugestões para rebatizar as receitas. A votação está em curso no site guaranimaisqueacucar.com.br/respeitonamedida.

Cada voto recebido será convertido em uma doação de R$ 1,00 direcionado para a ONG Mãos de Maria, projeto social da comunidade de Paraisópolis que tem o objetivo de promover o empreendedorismo, a capacitação profissional e o empoderamento feminino de mulheres em situação de vulnerabilidade social. A campanha vai até o dia 17 de dezembro. Depois de finalizada, a ONG receberá a doação do valor total e será feito um trabalho para conscientizar padarias a alterarem voluntariamente a denominação de suas receitas e exibirem os materiais informativos sobre a iniciativa em seus pontos de venda.

O filme da nova campanha já traz algumas sugestões dadas por crianças, que reagem aos nomes dos doces e estranham as denominações. O vídeo mostra um experimento feito com crianças e adultos. Nele, a partir das percepções das crianças em relação aos doces, os nomes das receitas são questionados.

No site, três novas opções de nomenclaturas são propostas para cada doce. Há também um espaço para o público colocar sugestões próprias. Algumas propostas foram dadas por crianças que participaram do experimento. O doce anteriormente conhecido como "teta de nega" pode se tornar "chocomellow" ou "nuvenzinha de chocolate". A iguaria antes denominada "nega maluca" recebeu como alternativas "chocolate maluco" e "delícia de chocolate", entre outros.

“A partir da perspectiva infantil apresentada no filme, trazemos a reflexão sobre como estamos condicionados a reproduzir pensamentos e comportamentos sem muita atenção ou tom crítico. Com a campanha, nossa ideia é fazer as pessoas refletirem sobre esses nomes de receitas que parecem tradicionais e inofensivos, mas que acabam ofendendo as mulheres”, diz Gustavo Segantini, diretor comercial da Tereos, grupo do qual faz parte a marca Açúcar Guarani.

Para ajudar a rebatizar as receitas e sugerir novos nomes, basta acessar o site guaranimaisqueacucar.com.br/respeitonamedida.

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