Chacina

Mentor de chacina no DF está em cela de segurança máxima da Papuda

Gideon Batista está detido no Centro de Detenção Provisória 2 e foi colocado em uma cela sozinho. Casos como esse servem para garantir a integridade física do detento na cadeia

Darcianne Diogo
postado em 26/01/2023 10:01 / atualizado em 26/01/2023 22:05
 (crédito: Fotos: Material cedido ao Correio)
(crédito: Fotos: Material cedido ao Correio)

Apontado como o mentor da chacina que exterminou 10 pessoas da mesma família, Gideon Batista de Menezes, 55 anos, está isolado em uma cela do Centro de Detenção Provisória II (CDP II) do Complexo Penitenciário da Papuda. Outras quatro pessoas foram detidas pelo crime: Horácio Carlos, 49, Fabrício Silva Canhedo, 34, Carlemom dos Santos, 26, e uma terceira pessoa, de 25 anos, conhecido como Galego e capturado no Itapoã por policiais civis da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).

A cela na qual Gideon está é conhecida como o "seguro", local onde o detento é colocado para ter a integridade física garantida e fica distante de outros presidiários. O CDP 2 é o estabelecimento prisional em que os custodiados permanecem por, ao menos, 15 dias. O protocolo foi estabelecido pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF) desde 2020, no início da pandemia. A ideia é evitar o alastramento de casos da covid-19 pelo presídio.

Gideon responde por extorsão mediante sequestro com resultado morte e pode pegar até 30 anos de prisão por cada assassinato.

Mentor

Com base nos depoimentos dos presos à polícia, Gideon teria sido o responsável por arquitetar o sequestro e a onda de assassinatos de 10 pessoas: a cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e os filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6; o marido dela, Thiago Belchior, 30; os sogros de Elizamar, Renata Juliene Belchior, 52, e Marcos Antônio Lopes, 54; a filha de Renata, Gabriela Belchior, 25; a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina, 55, e a jovem Ana Beatriz, 19.

Gideon era colega de Marcos Antônio e morava no mesmo lote da família, em um condomínio do Itapoã. No passado, os dois chegaram a ficar presos juntos no Complexo Penitenciário da Papuda. Ao sair do cárcere, manteve a amizade com a vítima, tinha livre acesso à residência da família e chegou a trabalhar para ele em uma agropecuária.

Nas oitivas feitas pelos investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) com os outros presos, ficou claro que todo o planejamento da chacina partiu de Gideon. Durante a sequência dos assassinatos, era ele o responsável por atear fogo nos veículos com as vítimas dentro, como foi o caso de Elizamar e dos filhos, e de Renata e Gabriela. Os dois carros foram encontrados carbonizados em Cristalina (GO) e Unaí (MG), respectivamente.

No dia em que foi preso, na terça-feira (17/1), Gideon apresentava queimaduras profundas nas mãos e no rosto, o que fortaleceu os indícios de que havia participado dos crimes. Ele negou e, na delegacia, manteve o silêncio.

 

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