Jornal Correio Braziliense

Saúde

Inchaço diminui mais de 70% em cérebro de criança picada por escorpião no DF

Médicos realizam exames diários para monitorar a situação do pequeno Thomas Caitano, de 2 anos. Desafio agora é estancar pequenos sangramentos no cérebro do menino, sob cuidados médicos desde o primeiro dia do ano

O pequeno Thomas Caitano, de 2 anos, picado por um escorpião na noite do réveillon, em Arniqueira, no Distrito Federal, apresentou melhora no quadro neurológico. Nesta segunda-feira (16/1), a família informou, em nota, que o inchaço em edema no cérebro diminuiu em mais de 70% na última semana. Os médicos trabalham para estancar os pequenos sangramentos que surgiram por conta de uma instabilidade dos últimos dias.

A equipe médica realiza exames diários para monitorar a situação do menino, e avalia diminuir a sedação em Thomas. Se o estado de saúde seguir nessa melhora, o próprio corpo pode absorver tudo aos poucos, em dias ou semanas. Dessa forma, o menino deve ser acordado, aios poucos, para os profissionais de saúde acompanharem as reações do paciente.

Assim como a sedação, os remédios também diminuíram porque a infecção que estava surgindo reduziu. Os rins ainda não estão funcionando sozinhos, mas a hemodiálise (procedimento que limpa o sangue) tem colaborado com a melhora de Thomas. "Nossas energias e orações seguem na cabecinha para que esses sangramentos desapareçam", diz um trecho do comunicado. 

Para avaliar as condições de saúde da criança, foram feitas duas tomografias recentemente, uma no sábado (14/1) e outra no domingo (15/1). 

Relembre o caso

O caso começou na madrugada do Ano Novo, por volta das 4h. A mãe de Thomas, Adriana Caitano, 36, conta que a criança acordou e chamou pelos pais. “Ele estava chorando muito, coçando a cabeça e gritando muito de dor”, relembra.

Nesse momento, o pai da criança perguntou se o pequeno havia visto algum inseto no local e passou a vasculhar o quarto. “Quando levantamos o travesseiro, vimos um escorpião, já grande. Percebemos que era grave e só o pegamos no colo, meu marido conseguiu capturar o escorpião, e saímos correndo”, recorda.

Ao perceberem a gravidade, os pais foram diretamente para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) em busca de socorro, pois o marido de Adriana recebeu a informação de que, em caso de picada de escorpião, deve-se encaminhar a vítima ao HRT e ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), hospitais de referência no atendimento a pessoas envenenadas por picadas de escorpião.

Thomas deu entrada no HRT em estado grave, com dor e bastante vômito, o que exigiu tratamento imediato por meio do soro antiescorpiônico, medicamento utilizado em envenenamentos moderados e graves. De acordo com a equipe médica do hospital, a agilidade e precisão dos pais foi essencial e fez toda diferença no estado de saúde da criança.

Depois de iniciar o tratamento, Thomas começou a hiperventilar (quando a pessoa tem desequilíbrio da respiração). Foi identificado que os pulmões tinham sido afetados, fazendo com que fosse necessária a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A mãe da criança alegou que faltou equipamentos no momento da intubação, e acrescentou que a UTI do hospital em que a criança estava internada não estava funcionando. “Conseguiram uma vaga em um hospital via convênio SUS, mas não tinha médico para acompanhar meu filho na ambulância. Então, não podiam liberar essa transferência”, revela a mãe de Thomas.

Nesse período, os pais entraram em contato com o plano de saúde e o hospital particular que conheciam para liberação da vaga previamente e da ambulância. “Ainda assim, a ambulância não tinha o pediatra para acompanhar e não tinha alguns equipamentos que eram necessários para o tratamento dele, justamente porque tinha coisa que estava destinada para a posse presidencial", ponderou Adriana.

Em nota, a Secretaria de Saúde comunicou que o Hospital Regional de Taguatinga estava fechado no dia do ocorrido com Thomas. "Todos os hospitais da Rede funcionam 24 horas, tanto que a criança foi prontamente atendida pela equipe médica da unidade", diz o texto. 

Em função da obra da UTI pediátrica e pelo paciente possuir convênio, a família decidiu transferir o menino para uma UTI na rede privada, sem convênio com o SUS.

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