GDF

Defesa de Ibaneis vai ao STF para que governador reassuma o governo do DF

Representantes do governador afastado irão pedir ao ministro Alexandre de Moraes para que governador retorne ao cargo. Perícia da PF no celular do emedebista indica que ele não teve participação nos atos de 8 de janeiro

Pablo Giovanni
postado em 09/02/2023 22:06
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A defesa do governador Ibaneis Rocha (MDB) deve protocolar ainda na noite desta quinta-feira (9/2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para que o chefe do Executivo local afastado retorne ao cargo.

O entendimento da defesa de Ibaneis é que o caso avançou muito rápido, desde a divulgação da perícia da Polícia Federal, que livrou o governador da responsabilidade dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. O Correio apurou que Ibaneis deu carta verde para que os seus representantes avançassem com o pedido, que vai ser formulado ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

O relatório da PF, divulgado pela jornalista Ana Maria Campos, da Eixo Capital, concluiu que, pelas comunicações mantidas na véspera e no dia dos atos golpistas, não há evidências que indiquem envolvimento do governador afastado. Assinado pelo agente da PF Daniel Dutra Araújo e incluído no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), o relatório aponta:

“A investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar o planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal, ou mesmo de impedir a repressão dos avanço dos manifestantes durantes os atos de vandalismo”, diz a perícia.

O laudo da PF listou conversas do governador com jornalistas, autoridades do STF, Congresso e integrantes do governo, além de seus advogados. Ao todo, foram 36 ligações recebidas e realizadas por Ibaneis nos dias 07 e 08 de janeiro.

Ibaneis afastado

O governador está afastado do cargo por 90 dias desde a madrugada de 9 de janeiro. Após endereços ligados a ele serem alvo de busca e apreensão, ele usou o perfil do Twitter para comentar a operação de busca e apreensão, feita pela Polícia Federal, em 20 de janeiro. O governador afastado declarou que a ação mostrará sua "completa inocência" no caso dos atos golpistas.

"A operação realizada em minha casa, no meu gabinete e até no escritório do qual estou licenciado há mais de 4 anos vai mostrar minha completa inocência em relação aos lamentáveis fatos do último dia 8 de janeiro", escreveu.

Ele disse nada temer, porque não teve envolvimento com os atos terroristas. "Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os Três Poderes. Eu sempre me comportei de modo a colaborar com as investigações e mantenho a mesma postura. Cheguei a fazer um depoimento espontâneo à Polícia Federal, mostrando que não há o que temer", enfatizou. A oitiva espontânea ocorreu na semana passada. Nela, o governador negou conivência com os atos violentos.

Ibaneis disse que acredita na elucidação de todo o caso e frisou estar pronto para prestar as informações que forem necessárias. "Mantenho a fé em nosso sistema Judiciário e a certeza de que tudo restará esclarecido", ressaltou. "Estou afastado do Distrito Federal exatamente para que o trabalho dos policiais e da Justiça transcorra sem qualquer óbice, sempre à disposição para novos esclarecimentos."

Por ocasião da operação, em nota, os advogados Alberto Toron e Cleber Lopes, que fazem a defesa de Ibaneis, afirmaram considerar que a busca na residência do gestor e no escritório dele, "embora inesperada, posto que o governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência, certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do Executivo do Distrito Federal". Desde então, quem controla o GDF é a vice-governadora Celina Leão (PP).

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