ENTRE OS EIXOS DO DF

Participantes concluem seminário com um olhar otimista para o futuro

Encerramento do evento foi marcado por sentimento positivo em relação aos frutos que serão colhidos do amplo debate entre os atores engajados por uma cidade inovadora, mas com memória preservada

Naum Giló
Mariana Saraiva
postado em 01/03/2023 07:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Amplas discussões, reflexões robustas e um sentimento de otimismo em torno da proteção do conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília. O Entre os Eixos do DF movimentou o auditório do Correio Braziliense, ontem e, durante toda a tarde, pautas de grande relevância para a população do Distrito Federal estiveram no foco do debate sobre a preservação do patrimônio histórico, arquitetônico e urbanístico da capital do país. 

"É necessário entender a importância de uma cidade tombada para que se consiga preservá-la", ressaltou o procurador distrital dos direitos do cidadão do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), José Eduardo Sabo, que deu a palavra no encerramento do encontro. Ele destacou que, por meio das conversas que pontuaram o dia, consegue visualizar uma capital federal sustentável, moderna e inovadora no futuro. "Consigo ver wi-fi por toda parte, avanços na mobilidade e o crescimento ordenado da cidade", comentou.

 Procurador Eduardo Sabo encerramento do seminário, durante participação do Seminário Entre os Eixos do DF - 2ª edição: Quem ama preserva.
Procurador Eduardo Sabo encerramento do seminário, durante participação do Seminário Entre os Eixos do DF - 2ª edição: Quem ama preserva. (foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Sabo também destacou a importância da integração de diversos atores na luta pela proteção do acervo da cidade. "As políticas públicas de preservação precisam acontecer de forma integrada com órgãos públicos, sociedade e Ministério Público. Todos devem saber o que pode ou não pode ser feito", pontuou o procurador. Para ele, o seminário trouxe a perspectiva para o entendimento da necessidade de que a cidade seja acolhedora para todos. "Durante muitos anos, vários aparelhos públicos e culturais foram relegados, como o Teatro Nacional e o Complexo da Fazendinha, na Vila Planalto. Há que se revitalizar esses espaços", sustentou.

José Eduardo chamou atenção, ainda, dos gestores presentes para que possam ser vetores de todos os projetos discutidos, para que, de fato, sejam concretizados. "São grandes os desafios, mas tenho certeza que as contribuições de todos aqui vão ajudar a ter uma reflexão, que tenho certeza que irá render bons frutos nos próximos 30 anos", finalizou o procurador distrital.

Amor pela capital

Na plateia, o Entre os Eixos do DF reuniu personalidades ilustres. Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília (UnB), José Carlos Coutinho acompanhou o encontro e afirmou que os debates empreendidos por iniciativa do Correio deveriam ocorrer de maneira permanente. "É um assunto que não pode caber em uma tarde. Há tantos aspectos conceituais e psicológicos sobre essa temática! Sabemos que o patrimônio está concentrado no Plano Piloto, mas a maioria da população do DF é da periferia e se sente excluída. No entanto, eles precisam saber que aquele bem também pertence a eles, por isso a importância da educação", defendeu.

Para o cineasta Vladimir Carvalho, a importância do debate a respeito da preservação está na abordagem. "Naturalmente, quando você reúne pessoas para discutir sobre uma cidade com mais de 60 anos, como é o caso de Brasília, você tem que ter parâmetros. É o que mais me interessa e me causa grande curiosidade é essa relação da atualidade com o futuro, e como isso pode expressar uma preocupação coletiva e resultar em medidas preventivas para o futuro", argumenta. O paraibano de nascimento e brasiliense de coração mantém, há mais de meio século, um memorial onde expressa seu amor pela capital federal e a preservação de sua história. "Vejo notícias a respeito do envelhecimento da cidade e isso preocupa, mas, junto com o envelhecimento, vem muita coisa positiva, que é o mapeamento da situação feita por eventos como este", comemorou.

O pernambucano Joel Câmara, de 90 anos, contou à reportagem que chegou à capital em 1961 com 30 anos. Ele escolheu Brasília para consolidar a vida e aplaudiu a iniciativa do Correio. "Eu amei o evento e acho que é de grande importância falar sobre os problemas atuais e futuros do Distrito Federal", concluiu o pioneiro.

 

 

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