CPI dos Atos Antidemocráticos

Torres pede para ficar calado em depoimento na CPI dos atos golpistas

Ex-secretário também solicitou ao ministro Alexandre de Moraes para que não seja obrigado a comparecer na comissão, marcada para 9 de março. Ele está preso desde 14 de janeiro em decorrência dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Pablo Giovanni
postado em 02/03/2023 21:46 / atualizado em 03/03/2023 15:05
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)

O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (SSP-DF) Anderson Torres pediu para ficar em silêncio no depoimento dele a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A oitiva está marcada para 9 de março.

Em resposta a uma intimação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-secretário, preso desde 14 de janeiro em decorrência dos atos golpistas de 8 de janeiro, também solicitou ao magistrado para que não seja obrigado a comparecer na CPI.

O depoimento dele está marcado para ocorrer junto com a subsecretária de Inteligência e delegada da Polícia Federal Marília Ferreira Alencar. Ao justificar o pedido para ficar em silêncio, os representantes de Anderson Torres alegam que ele já foi ouvido em um depoimento da Polícia Federal e que o processo dele, no STF, não está sob sigilo. Por isso, todas as informações podem ser consultadas pelos deputados distritais.

CPI na CLDF

O ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Fernando de Sousa Oliveira detalhou que o ex-secretário Anderson Torres não o apresentou ao governador Ibaneis Rocha (MDB) e nem aos comandantes das forças de segurança do DF.

“Não houve a apresentação formal. O secretário Anderson (Torres) disse que tinha uma agenda, posterior, a qual seria cumprida. Eu, com a viagem dele (aos EUA), assumiria a secretaria por meio de portaria na segunda-feira (9/1), na qual o secretário estaria de férias. A partir daí, iniciaria as apresentações oficiais. No período do dia 4 ao dia 8, não houve nada oficial da minha pessoa”, disse.

Um dia após a invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes, o ex-secretário conversou com Fernando de Sousa. Na conversa, Torres perguntou sobre o porquê de os oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) não terem cumprido o plano de segurança.

“Foi uma conversa rápida (…) eram umas 23h. Eu tinha trabalhado o dia inteiro na desocupação do QG (do Exército), porque estava à disposição do interventor Ricardo Cappelli. Ele (Torres) fez uma ligação questionando e perguntando qual erro por parte da PM (que) não tinha executado o plano, acordado na sexta-feira (6/1). Eu disse que não tenho acesso (ao plano). A PMDF não me apresentou (esse plano)”, disse.

O plano mencionado pelo ex-secretário é o Plano de Ações Integradas (PAI), referente ao dia 8 de janeiro. Ele foi aprovado por Torres durante uma reunião com as forças de segurança antes dele viajar, na noite de sexta-feira (6/1).

“Existia um erro de execução da operação, por parte da Polícia Militar. Isso é visível e as imagens falam por si só. O Departamento de Operações é a unidade que deveria fazer o planejamento. Ele era responsável por executar, planejar e determinar o quantitativo (das forças)”, disse. Quem chefiava esse comando na PMDF era o coronel Eduardo Naime. Ele será ouvido ainda em março pela CPI.

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