Mulheres que vão à luta

Não há barreiras para elas

Conheça a história de mulheres que superaram desafios e trabalham em áreas consideradas "masculinas", como eletricista, mecânica, motorista de caminhão, marceneira e manutenção residencial.

Júlia Eleutério
Ellen Travassos
postado em 17/03/2023 06:00 / atualizado em 17/03/2023 10:42
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

De trabalho pesado, as mulheres também entendem. Ocupando espaços tipicamente masculinos, elas mostram que podem ser eletricistas, mecânicas, motoristas de caminhão, pedreiras, marceneiras e engenheiras. Desconsiderando a frase popular de que “mulher é o sexo frágil”, cada vez mais elas mostram a capacidade de assumir posições em diversas áreas de trabalho. Em celebração ao Dia Internacional das Mulheres, em 8 de março, elas desejam menos preconceito e mais respeito.

Ao completar 18 anos, Alice Lopes quis de imediato tirar a primeira habilitação. Hoje, com 37 anos, a moradora de Água Quente exerce uma função com poucas mulheres atuantes: motorista de caminhão. Ela acredita que “está no sangue dirigir” e logo no primeiro emprego teve a oportunidade de trabalhar com entregas. Com a carteira de categoria B, Alice iniciou dirigindo carros menores e vans. “No decorrer dos anos, eu fui me profissionalizando e troquei de categoria”, comenta.

Casada e mãe de dois filhos, a motorista conta que as oportunidades foram surgindo conforme ela foi se preparando. No entanto, nem tudo foi fácil para Alice seguir na carreira, principalmente por ser mulher. “Entreguei vários currículos para trabalhar de motorista e a primeira coisa que pedem é ter experiência na carteira nessa área. É uma barreira, porque além de provar que tem, também é necessário provar na prática que é capaz, porque já tem um pré-julgamento por ser uma área com poucas mulheres”, pontua.

Nos momentos de dificuldade, Alice procura filtrar só as coisas boas para seguir em frente. Há cerca de um ano, ela conseguiu a oportunidade de trabalhar em uma empresa grande com uma grande frota de caminhões e muitos motoristas. “Na minha frente, não ouvia críticas, mas sabia de comentários por trás do tipo 'será que ela vai dar conta?”'e você tem que provar que é capaz”, ressalta. A motorista conta que, ao provar a própria capacidade, vê uma mudança no olhar dos colegas de trabalho, que passam a vê-la com admiração.

Apaixonada pela profissão que exerce, Alice sonha em crescer na área para abraçar mais chances. “Quando a gente se prepara, as oportunidades vão aparecendo”, pontua. Para o futuro das mulheres, a motorista de caminhão destaca que todas não devem desistir dos objetivos traçados. “Se elas tem um sonho, tem que encarar as dificuldades, porque quando encara o preconceito e o desafio, dá certo”, finaliza.

A reviravolta de uma enganação

Muitas vezes mulheres são enganadas, pois os homens acreditam que elas não conhecem o serviço oferecido, foi o que aconteceu com Agda Óliver, 42, que levou o carro para consertar e foi enganada. Por isso, ela resolveu estudar mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para que outras mulheres não passassem o mesmo que ela. Agda criou a primeira oficina mecânica para mulheres no Brasil, ainda em 2010 com o nome de “Meu mecânico”, empresa onde só mulheres trabalham. “Meu propósito é ajudar as pessoas a entenderem mais sobre carro, revisão, o que precisa ou não ser feito no veículo”, explica.

A partir disso, Agda teve que lidar com muito preconceito porque muitos não acreditavam que podia dar cedo, por ela ser mulher e empreender em uma profissão predominantemente masculina. “A sociedade não aceita que uma mulher pode ser uma grande profissional mecânica. O machismo é muito presente, e seguir com esse sonho foi uma dos maiores desafios.Isso muitas vezes fortalecia o meu medo e a insegurança, pois sabia que se eu errasse, se fracassasse, muitos iriam me apontar o dedo com a frase pronta ‘Eu avisei’.”, a dona da mecânica ressalta.

Mesmo com o preconceito, isso não fez com que Agda se sentisse diminuída, ela diz que “Palavras não me diminuem, pelo contrário, me fortalecem.” A dona da mecânica reuniu várias conquistas, como a independência financeira, de poder ajudar outras mulheres e muitos prêmios, entre eles: reconhecimento na cidade de Ceilândia, honra ao mérito pela Câmara dos Deputados, o prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria nacional, e ser convidada pela Nissan para carregar a tocha olímpica em 2016.

Cenografia de madeira

Todos os dias Poli Salomé, 41, via a mãe dela costurando e o pai trabalhando sendo mestre de obras, com isso, ela cresceu e se interessou por ambas as profissões, brincava de construir casa em árvore e ajudava a mãe nas costuras, decidiu cursar desenho industrial e marcenaria fina. Poli resolveu vir para Brasília e montou a própria marcenaria o "Galpão Salomé", que fica localizado na Asa Norte, onde desenvolve os próprios projetos de cenografia de madeira, ministra aulas de marcenaria para mulheres, atende alguns clientes comerciais e também cria projetos autorais em madeira maciça.

Por trabalhar em um cenário masculino, Poli ressalta que causa estranheza nas pessoas. "Eles supõem que trabalho na verdade com artesanato ou tenho funcionários homens que executam o trabalho por mim, ou até mesmo acham um absurdo que meus orçamentos sejam na mesma faixa que o dos marceneiros homens", explica.

Ela conta que é difícil passar muito tempo sem sofrer preconceito. "Desde o momento da compra do material até o trato com outros homens envolvidos no projeto que estou trabalhando, preciso me esforçar para ser respeitada enquanto profissional." A marceneira ressalta que é muito comum um vendedor de madeireira ou loja de ferramentas duvidar de uma coisa, quando ela chega com um conhecimento técnico, ou diz para confirmar as informações com "o cara que está fazendo o serviço".

Poli se emociona ao contar que todos os dias chega e vê que trabalha no próprio galpão, todo equipado e espaçoso. "Sinto muito orgulho e tenho consciência do tamanho dessa conquista enquanto mulher. Me sinto realizada em fazer parte de fichas técnicas de projetos culturais incríveis e ser reconhecida por isso."

Além da profissão de marceneira e cenógrafa, Poli também dá aulas, das quais sente muito orgulho. "Tenho mais de 230 alunas que já fizeram curso de marcenaria básica comigo, e fico muito feliz de saber que algumas delas seguiram se desenvolvendo na profissão. Faço questão de focar meus cursos nas mulheres (cis e trans), porque me nutre muito poder compartilhar conhecimento que agregue na autonomia dessas mulheres."

Mão na massa

Observando a necessidade e a dificuldade de encontrar profissionais que passassem segurança para fazer serviços de manutenção residencial e reformas, Denise Caixeta, 30, criou a empresa Dona Conserta, em janeiro de 2020, juntamente com uma amiga. Com mulheres atendendo o público feminino e a população LGBTQIA+ do DF, o negócio oferece atendimentos de elétrica, hidráulica, pintura, revestimento cerâmicos, fixação de objetos, montagem de móveis e pequenas reformas.

Para colocar a mão na massa, Denise aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas. Ela acredita que os espaços de trabalho precisam estar abertos às mulheres. “Acho importante que as mulheres entrem nas áreas predominantemente masculinas e se forme um movimento geral, que desassocie mulheres exclusivamente da educação e cuidado”, pontua a moradora do Lago Norte.

Sentindo na pele uma pressão maior em ser melhor ao atuar em áreas de trabalho mais comuns aos homens, Denise destaca que as mulheres se preparam mais e são menos confiantes quando estão começando, além de não poderem cometer erros. “Há uma cobrança maior de excelência da nossa parte. Se um pedreiro faz um trabalho ruim na sua casa, aquele pedreiro específico não serve, mas se uma mulher faz um trabalho ruim na sua casa, nenhuma mulher serve pra esse trabalho”, enfatiza.

Denise deseja que no futuro tenha mais mulheres atuando na construção civil e que todas tenham condições de viver com dignidade, tendo acesso à moradia, à saúde, ao que comer, à educação, ao transporte de qualidade, à licença a maternidade. “Que sejamos respeitadas enquanto seres humanos e que nossas dores, luto, desejos e sonhos não sejam diminuídos e tratados como sentimentos inferiores e lamúrias”, conclui.

Pioneira em subestação

Há um ano, Giovanna Miranda, 25, viu em um telejornal a possibilidade de participar da escola de eletricistas da Neoenergia e resolveu se inscrever. Ela participou da primeira turma, se destacou entre os demais e foi contratada para o quadro da empresa. “Os desafios iniciaram quando resolvi ser eletricista, porque nós, mulheres, não temos estímulo nessa área”, explica.

Nesse meio tempo, há cerca de seis meses, a eletricista recebeu uma promoção para se tornar a primeira mulher a ser operadora de subestação na Neoenergia, e depois de outros seis meses, ela foi promovida pela equipe interna para se tornar operadora de subestação.

Giovanna, no entanto, não recebeu críticas ou sofreu preconceitos dentro da empresa, mesmo sendo mulher numa profissão considerada “masculina”, e explica. “A adaptação foi tranquila, a Neoenergia sempre fez com que a gente se adaptasse." O máximo que ocorria, era quando a eletricista precisava ir à casa de clientes, e eles ficaram surpresos. “Quando eu retirava a balaclava e eles viam uma mulher, eles ficavam impressionados e me davam parabéns pela coragem. Ainda falavam que não teriam coragem de seguir nessa profissão”.

Ela encoraja outras mulheres a também ocupar espaços considerados masculinos. “Esse espaço é nosso, sempre foi nosso, por mais que a gente não tenha estímulo, nós somos capazes, temos que representar, pois muitas mulheres não tiveram a mesma oportunidade que nós temos agora. O que basta é ter força de vontade.”, diz Giovanna.

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  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais
    Sócia na Dona Conserta, Denise Caixeta, 30 anos, aprendeu hidráulica e realiza pequenas reformas residenciais Foto: Arquivo Pessoal
  • Agda Óliver, dona do Meu Mecânico
    Agda Óliver, dona do Meu Mecânico Foto: Arquivo Pessoal
  • Agda Óliver, dona do Meu Mecânico
    Agda Óliver, dona do Meu Mecânico Foto: Arquivo Pessoal
  • Agda Óliver, dona do Meu Mecânico
    Agda Óliver, dona do Meu Mecânico Foto: Arquivo Pessoal
  •  14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta.  Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte.
    14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta. Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  •  14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta.  Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte.
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  • Giovanna Miranda, técnica de subestação
    Giovanna Miranda, técnica de subestação Foto: Neoenergia/Divulgação
  • Giovanna Miranda, técnica de subestação
    Giovanna Miranda, técnica de subestação Foto: Neoenergia/Divulgação
  •  14/03/2023  Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão.
    14/03/2023 Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão. Foto: Carlos Vieira
  •  14/03/2023  Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão.
    14/03/2023 Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão. Foto: Carlos Vieira
  •  14/03/2023  Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão.
    14/03/2023 Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão. Foto: Carlos Vieira
  •  14/03/2023  Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão.
    14/03/2023 Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão. Foto: Carlos Vieira
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    14/03/2023 Crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press. Brasília, DF. Cidades. Mulheres que vão à luta. Alice Lopes, motorista de caminhão. Foto: Carlos Vieira
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  •  14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta.  Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte.
    14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta. Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta.  Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte.
    14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta. Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  •  14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta.  Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte.
    14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta. Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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    14/03/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Mulheres que vão à luta. Poli Salomé tem um galpão de macenaria na 713 Norte. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

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