Justiça

Ney Ferraz se torna réu por corrupção; secretário permanece no cargo

Secretário de Planejamento, Orçamento e Administração do DF foi alvo de investigação por suspeita de integrar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro enquanto era presidente do Instituto de Previdência dos Servidores (Iprev-DF)

Darcianne Diogo
postado em 22/03/2023 06:00
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O secretário de Planejamento, Orçamento e Administração (Seplad-DF), Ney Ferraz, se tornou réu na Justiça pelo crime de corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme noticiado pelo Correio com exclusividade, o chefe da pasta foi alvo da operação Imprevidentes, desencadeada no começo de fevereiro pela Delegacia de Repressão à Corrupção da Polícia Civil, Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e Ministério Público (MPDFT), por suspeita de integrar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro enquanto era presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev).

O Correio apurou que, além do secretário, também se tornaram réus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Jefferson Nepomuceno Dutra — que ocupava o cargo de diretor de Investimento do Iprev — e a esposa de Ney Ferraz, Emanuela Dourado Rebelo Ferraz — lotada na função de diretora de Inovação, Ensino e Pesquisa do Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF), ré por lavagem de dinheiro.

Apesar das imputações, o secretário e a mulher não foram exonerados ou afastados do cargo. Por outro lado, oito dias depois da operação, Jefferson pediu exoneração do cargo, em 16 de fevereiro. Procurado pela reportagem, o advogado de Jefferson, Danilo Bonfim, esclareceu que, após o acusado ser citado, será apresentada defesa "demonstrando a licitude de seus atos enquanto servidor público".

O advogado Cléber Lopes, que representa Ney Ferraz e Emanuela, declarou que não falará sobre a decisão judicial. A reportagem questionou o GDF sobre a permanência do secretário e da mulher dele nos cargos públicos, mesmo após as acusações apontadas, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Investigação

Em 9 de fevereiro, a PCDF cumpriu oito mandados de busca e apreensão no DF, em São Paulo e Teresina (PI), incluindo a sede do Iprev, as empresas envolvidas e as residências dos investigados. As investigações começaram em 2021, após a polícia constatar irregularidades no âmbito do Iprev, durante chamamento para o credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras referentes a um edital.

Em meio às diligências, surgiram suspeitas de diversas irregularidades praticadas por gestores do instituto na gestão de ativos financeiros, desde o credenciamento até a destinação de recursos, o que indicava favorecimento a uma empresa de investimento com sede em SP.

Os investigadores comprovaram, ainda, a incompatibilidade entre o padrão de vida e os vencimentos dos investigados. Nesse sentido, foi verificado o recebimento de quantias em espécie e por meio de boletos  pelos suspeitos e familiares.

O possível envolvimento de um dos sócios da empresa de investimento com os servidores públicos corroboraram para a hipótese de que os gestores do Iprev agiram para favorecer a destinação de recursos para os fundos de investimento representados pela empresa investigada, recebendo, como retribuição, vantagens indevidas pagas em espécie pelo responsável por ela.

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