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Suspeito de estocar óleo diesel teria comprado combustível em empresa clandestina

Agentes da Polícia Civil investigam se combustível era comercializado irregularmente por morador da Estrutural

Darcianne Diogo
postado em 30/03/2023 06:00
 (crédito:  Minervino Júnior/CB)
(crédito: Minervino Júnior/CB)

O esquema de armazenamento de óleo diesel em uma casa da Estrutural passava despercebido por moradores e por pessoas que trabalham próximo ao suposto depósito. O local onde era estocado o combustível fica situado na Quadra 2 e pertence a Jerson Vieira, 54 anos, dono de uma empresa de reciclagem. O homem foi alvo de uma força-tarefa conjunta entre policiais militares, civis, bombeiros e funcionários da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mais de 3 mil litros de combustível estavam estocados em um cômodo do imóvel.

Sob condição de anonimato, um conhecido de Jerson contou ao Correio que não tinha ideia que o empresário armazenava uma grande quantidade de combustível em casa. "A gente sabia que ele tinha (óleo diesel), mas achávamos que era apenas para abastecer os caminhões dele", relatou.

Jerson presta serviços para empresas de concreto e tem dois caminhões próprios para o trabalho. Os veículos ficam estacionados em frente à casa dele e são supervisionados por um sistema de monitoramento de câmeras de segurança instalado nas paredes da residência. Conforme o Correio revelou com exclusividade, em maio de 2022, o homem teve três caminhões incendiados em frente de casa. O fogo começou por volta das 3h do dia 30 e teria sido causado por um vazamento de combustível na rede pluvial do local, segundo informações do CBMDF repassadas na época. Essa afirmação, no entanto, foi contestada por Jerson, que alegou ter sido vítima de um crime.

Apesar de não ter tomado conhecimento sobre as dezenas de galões de óleo diesel armazenados na casa do empresário, o conhecido de Jerson afirmou que o homem comprava o combustível de maneira clandestina em uma empresa. "Sobre ele vender, eu não sei dizer, porque não via um fluxo de pessoas na casa dele. Mas isso a polícia vai dizer", declarou.

O caso é investigado pela 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural). Jerson foi intimado a prestar depoimento, mas até o fechamento desta edição, não havia comparecido à unidade policial. As apurações vão determinar de onde veio o combustível e se de fato ele era revendido.

Perigo

Em entrevista ao Correio, o superintendente de Fiscalização da ANP, Francisco Neves, afirmou que o vazamento de óleo vindo da casa do homem colocou em risco a vida de pessoas. A descoberta do estoque só foi possível depois de uma pessoa denunciar o caso à PM, na manhã de terça-feira. Foram quase 10 horas de trabalho dos agentes de segurança para retirar os galões com segurança do imóvel.

"Esse produto não pode ser armazenado em casa. A ANP retirou o produto, que provavelmente é fruto de roubo, furto. Mas isso só as investigações da polícia vão esclarecer. O que podemos confirmar é que houve um grande problema ali, que poderia se tornar muito maior, colocando em risco a vida de todos", frisou.

Após as investigações da polícia, a ANP pode aplicar uma multa administrativa ao proprietário da casa. O valor varia de R$ 50 mil a milhões. Já o óleo combustível apreendido está nas instalações da Transpetro, na Petrobras.

 

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