Feminicídio

Mulher morta a tiros tinha medida protetiva de urgência contra agressor

A vítima tinha o pedido de proteção desde março deste ano. Em depoimento à época, ela relatou que já havia sido agredida pelo ex-companheiro

Darcianne Diogo
Júlia Eleutério
postado em 12/04/2023 09:18 / atualizado em 12/04/2023 10:32
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

Morta com quatro tiros pelo ex-companheiro na madrugada desta quarta-feira (12/4), Cristina de Sousa Santos, 32 anos, tinha uma medida protetiva de urgência contra ele desde o fim de março deste ano. O agressor, identificado como Murillo Samuel Muniz de Jesus, estava proibido de se aproximar da vítima e de manter contato com ela. O caso ocorreu em Planaltina. O agressor confrontou a polícia e foi baleado. Até a última atualização desta reportagem, o suspeito permanecia internado em estado grave no hospital.

Em depoimento prestado à Justiça à época, Cristina relatou que havia sido agredida por Murillo outras vezes, mas não havia registrado nenhuma ocorrência até o dia 27 de março deste ano, quando ele entrou na casa dela e a chamou para conversar, insistindo para reatar o relacionamento e oferecendo uma carona.

Ainda segundo relato de Cristina, ela se recusou a conversar e a aceitar a carona. Diante disso, ela contou à Justiça que Murillo a agarrou pelo braço e tentou esganá-la. Ao gritar por socorro, o ex-companheiro a soltou. Depois desse ocorrido, Cristina acionou a Polícia Militar do DF (PMDF), mas o agressor havia fugido do local.

A vítima relatou ainda que o ex-companheiro não aceitava o término do relacionamento, indo praticamente todos os dias na casa dela para insistir que reatassem. Segundo depoimento, Murillo sempre dizia que ela não seria "de mais ninguém". Os dois tiveram um relacionamento de aproximadamente nove anos e estavam separadas há dois meses. Cristina, à época do depoimento, disse que eles nunca moraram juntos. O casal tem uma filha de oito anos.

Feminicídio

Cristina morreu ao ser baleada pelo companheiro, na madrugada desta quarta-feira (12/4), em Planaltina. Policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de Maria da Penha e, quando chegaram na casa, flagraram o momento exato das agressões. Para conter o homem, os PMs efetuaram disparos de arma de fogo contra ele.

O tiro acertou a cabeça do criminoso. Já a mulher levou quatro tiros na perna esquerda, nos braços e no tórax. Ela foi transportada com hemorragia interna ao Hospital Regional de Planaltina. No começo desta manhã, a morte da vítima foi confirmada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o agressor foi levado ao hospital em estado grave e inconsciente.

O caso é tratado como feminicídio e é  investigado pela 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina).

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  • PM encontrou o agressor de arma em punho e revidou
    PM encontrou o agressor de arma em punho e revidou Foto: PMDF
  • Vítima de feminicídio, Cristina de Sousa Santos, 32 anos, tinha uma medida protetiva de urgência contra ele desde o fim de março deste ano
    Vítima de feminicídio, Cristina de Sousa Santos, 32 anos, tinha uma medida protetiva de urgência contra ele desde o fim de março deste ano Foto: Redes sociais
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