Investigação

Quadrilha de revenda de motos furtadas no DF é alvo de operação; 17 são presos

A investigação contra a quadrilha começou depois da polícia constatar um aumento significativo no furto de motos

Darcianne Diogo
postado em 26/04/2023 10:06
 (crédito: PCDF/ divulgação)
(crédito: PCDF/ divulgação)

Uma quadrilha voltada ao furto, adulteração, ocultação e revenda de motos foi alvo de uma megaoperação desencadeada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). Na manhã desta quarta-feira (26/4), policiais civis da Divisão de Repressão aos Roubos e Furtos de Veículo (DRFV2) cumpriram 26 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão contra os integrantes do grupo. Até o momento, 17 pessoas foram presas.

A investigação contra a quadrilha começou depois da polícia constatar um aumento significativo no furto de motos. Um relatório mais recente elaborado pela Polícia Civil revela que, nos últimos três anos, esse tipo de crime cresceu em 36% na capital.

De posse dessas informações, os policiais identificaram um núcleo criminoso em São Sebastião especializado nesse tipo de crime. A quadrilha é formada por ao menos 26 pessoas, que subtraem, adultera, oculta e revende os automóveis a receptadores do DF, de Goiás, da Bahia e de Minas Gerais. De acordo com as investigações, entre novembro de 2021 até abril deste ano, os criminosos furtaram 31 motocicletas.

Divisão

A polícia conseguiu mapear a ação dos criminosos. De acordo com a investigação, o grupo se dividia em núcleos: operacional, administrativo-logística e financeiro.

Na parte operacional ficavam aqueles responsáveis pelos furtos das motocicletas, praticados preferencialmente na área central de Brasília (Asas Sul e Norte; Sudoeste; Setor Hoteleiro; SIA), bem como demais regiões administrativas (São Sebastião, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Guará). Já na logística, os criminosos ocultavam, faziam os desmanches e adulteravam os sinais identificadores.

Depois, levavam as motos até as chácaras e casas dos autores (esconderijos), onde tinham o chassi e placa modificados, de modo a serem preparadas para a venda e entregues aos receptadores. Por último, na parte financeira, as motocicletas passavam pelas transformações materiais e documentais para revenda. Os pagamentos eram feitos para contas bancárias de terceiros diretamente ligados a eles, visando dificultar o rastreamento da origem e destinação do lucro obtido.

Verificou-se, ainda, que o grupo contava com a participação de diversos indivíduos divididos em tarefas operacionais de furto e adulteração das motocicletas e financeiras voltadas para a venda das motocicletas a receptadores residentes em Minas Gerais e que eram responsáveis pela revenda na Bahia e em Goiás.

O transporte das motocicletas era realizado em pequenas caminhonetes, vans e até mesmo caminhões, que eram obtidos pelo líder do grupo e pelo receptador principal, incumbidos de revender as motocicletas fora do DF.

Alvos

Segundo a polícia, crimes como esses atingem as camadas econômicas mais desfavorecidas (motoboys), uma vez que as subtrações se direcionam a motocicletas de baixa cilindrada e de apelo popular, voltadas para a realização de serviços de entrega de bens e produtos, adquiridas em longos prazos de financiamento.

Além disso, esse tipo de furto repercute diretamente no aumento dos índices de insegurança em geral, bem como contribuem para o aumento do preço dos fretes de aplicativos.

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