Economia

Dia das mães: brasilienses estão em busca do presente perfeito para elas

Dia das Mães é a melhor data para o comércio depois do Natal. A média de gasto prevista é 29% maior do que em 2022. Consumidores se inspiram no afeto na procura pelas melhores opções

Arthur de Souza
postado em 07/05/2023 06:00
 (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Faltando uma semana para o Dia das Mães, os brasilienses percorrem o comércio do Distrito Federal em busca do presente ideal. Para este ano, a estimativa é que os consumidores gastem até R$ 226, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF). O valor pode ser 29% maior que o do ano passado, quando o ticket ficou em R$ 174. Expectativa parecida tem o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), que prevê aumento de 28,4% no valor médio investido nos presentes.

"Neste ano, os lojistas estão mais otimistas do que em 2022; e os consumidores dispostos a gastar mais na compra de um presente. São informações que mostram que a economia está aquecida", avalia o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire. Segundo pesquisa encomendada pela federação, 75% dos lojistas esperam vendas maiores em comparação ao ano passado, enquanto 73,8% dos brasilienses têm intenção de comprar algum presente para a data.

Presidente do Sindivarejista-DF, Sebastião Abritta explica que a data — em termos de vendas — é a melhor depois do Natal. "O Dia das Mães tem forte apelo sentimental e de consumo", enfatiza. "O comércio está estocado e oferecendo facilidades no pagamento para aumentar as vendas. As lojas disponibilizam nos setores de vestuário novas coleções de roupas femininas com muitas cores e modelos diferentes", destaca Abritta.

As duas pesquisas colocam roupas e sapatos no topo da lista, como os preferidos dos consumidores do DF na hora de presentear. No levantamento do Sindivarejista, eles somam 53% das intenções. Na sequência, aparecem os perfumes (17%), as flores (15%) e os objetos para o lar (15%) — confira no infográfico a preferência dos brasilienses, segundo a Fecomércio.

Atenção nas compras

Economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo comenta que a primeira dica aos consumidores é fazer o "dever de casa". "Eles devem verificar qual é a sua disponibilidade para fazer essa compra dentro de seu orçamento, sabendo qual é o seu limite financeiro", aponta. "A inflação está elevada e, para não cair em armadilhas, é importante pesquisar bastante, tanto pela internet quanto nas lojas físicas", aconselha o especialista. "É preciso ficar bastante atento, para não comprar vários presentes que, muitas vezes, acabam sendo desnecessários", alerta.

Em relação aos preços, nada de sustos de acordo com a Fecomércio. Isso porque o levantamento realizado mostra que 88,8% dos comerciantes mantiveram os preços dos produtos para a data. Sobre os pagamentos, cartões de crédito/débito serão responsáveis por 69% dos pagamentos nas lojas, segundo o Sindivarejista-DF.

Para César Bergo, o primeiro é a melhor forma de realizar o pagamento dos presentes. "Pois você compra e tem, em média, 30 dias para pagar. Isso permite um planejamento melhor do que fazer a compra à vista", comenta. "Caso prefira pagar em dinheiro, débito ou pix, a dica é negociar um desconto. Geralmente, se tivermos uma boa conversa com o lojista, a gente acaba conseguindo um alívio maior para o bolso", complementa o economista.

Surpresa

Segundo a estudante Monique Gomes, 13 anos, seu pai costuma seguir as dicas do economista na hora de dar o presente de Dia das Mães. "Ele gosta muito de usar o cartão, justamente para um prazo maior para pagar os presentes, principalmente quando escolho um mais caro", brinca. Ela estava junto com a mãe, Silvana Gomes, 50 passeando em um shopping da capital e disse que ainda não comprou a lembrança deste ano. "Eu e meu pai ainda estamos pensando no que vamos dar para ela. Acho que ela já tem uma ideia, mas deve ser surpresa", comentou a moradora da Octogonal.

"Inclusive, creio que esse passeio está servindo para ela me sondar e poder decidir, junto ao pai dela, o que comprar", desconfiou a professora. De acordo com a adolescente, a decisão pelo presente não passa pelo valor. "Levamos em consideração na personalidade, do que a minha mãe gosta. Geralmente compramos um chapéu, uma joia ou uma roupa", detalhou. "Às vezes, meu pai se assusta um pouquinho com o valor, mas eu insisto um pouco, digo que minha mãe merece e ele acaba cedendo", comenta Monique.

O policial militar Ronan Barroso, 49, também estava com a filha, procurando o presente ideal para a esposa. Segundo Beatriz Alves, 13, normalmente, eles optam por dar um perfume. "É o que ela mais gosta e costuma usar. Além disso, minha mãe já tem um monte de outras coisas, como roupas e calçados, e o perfume acaba sendo a melhor escolha", afirma. "A gente não pensa no valor. Mãe é mãe, por isso não tem limite de gastos com ela nessa data especial", crava a adolescente.

O militar concorda com a filha. "A gente segue essa linha mesmo. É uma data especial, por isso o preço não importa. Compramos aquilo que sabemos que a minha esposa gosta ou algo que consideramos importante", confirma. Diferente do pai de Monique, Ronan Barroso prefere pagar tudo à vista. "Tenho todos os limites de crédito, mas não gosto de utilizá-los. Prefiro evitar acumular dívidas", comenta. "Como pago na hora, procuro negociar um desconto. E isso pesa na hora de escolher onde comprar o presente, ou seja, a loja que não oferecer algum desconto, não vira opção", conclui.

 

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  • Maioria dos lojistas acredita que vai faturar mais este ano
    Maioria dos lojistas acredita que vai faturar mais este ano Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  • Ronan Barroso e a filha Beatriz apostam nos perfumes para agradar
    Ronan Barroso e a filha Beatriz apostam nos perfumes para agradar Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  • Os calçados estão entre as preferências dos consumidores do DF, de acordo com as pesquisas
    Os calçados estão entre as preferências dos consumidores do DF, de acordo com as pesquisas Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  • grafico preferencia consumidores
    grafico preferencia consumidores Foto: Pacífico

O sabor da autonomia

 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

O Dia das Mães vai ter um gosto especial para o servidor público do TJDFT Bruno Fernandes, 25, que também estava à procura de uma lembrança marcante, com a ajuda da namorada Letícia. "Vai ser minha primeira oportunidade de comprar um presente com meu próprio dinheiro, pois tomei posse no cargo recentemente", comenta.

Ele conta que, para este ano, aproveitou para juntar também os três irmãos e comprar, todos, um só presente. "Decidimos que cada um contribuiria com R$ 100. Chegamos a esse valor por conta dos preços. Hoje em dia está tudo muito caro, por isso colocamos essa margem e juntamos todo mundo, para o presente ser melhor", destaca.

O servidor público brinca ao falar sobre o planejamento de gastos com o presente da mãe. "Ela me conhece muito e sabe que sou 'mão fechada', então vai ficar surpresa só pelo fato de eu estar dando o presente", garante Bruno Fernandes.

Ele também lembra de um fato curioso sobre a data: o aniversário de sua mãe é em 12 de maio e, geralmente, cai junto com o Dia das Mães. "Esse ano cai numa sexta-feira, por isso, o presente vai ser um só, porém bem especial", contou.

 

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