Nos Estados Unidos, a polícia de São Francisco junta as peças para elucidar a morte do casal de Brasília, ocorrida em território norte-americano. Moradores de Vicente Pires, o empresário José Claudionor da Cruz, 29 anos, e a vendedora Andressa Pereira, 26, estavam vivendo uma temporada na cidade da Califórnia desde janeiro. Os corpos deles foram encontrados no apartamento onde moravam de aluguel e não apresentavam sinais de violência, segundo informou o departamento de polícia local, por meio de nota oficial.
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Ao Correio, Kaio Herison, irmão de Andressa, contou que, de forma repentina, o casal deixou de dar notícia no sábado. As mensagens não chegavam e as ligações não eram atendidas. "No domingo, eles não atenderam nenhuma chamada. Na segunda, meu pai entrou em contato com uma prima que mora lá [em São Francisco]. Ela foi lá[ao apartamento], mas ninguém respondeu", contou. A familiar pediu que a proprietária usasse a chave reserva para entrar no apartamento, e, ao entrarem, eles se depararam com os dois mortos.
Claudionor estava deitado no chão e Andressa na cama. Inicialmente, a família desconfiava que o casal havia morrido por asfixia decorrente de um vazamento de gás e divulgou à imprensa a suspeita. Mas, segundo o irmão de Andressa, a proprietária do imóvel garantiu não haver nenhum encanamento de gás no imóvel.
A informação foi confirmada pelo advogado da família das vítimas, Alair Ferraz. Até agora, a família não tem qualquer informação sobre a causa da morte. "Confiamos na justiça e temos certeza de que o caso será apurado pelas autoridades americanas. Lamentamos a declaração equivocada prestada, mas só tivemos conhecimento das circunstâncias do imóvel, acima narradas, após a declaração prestada à imprensa", encerra a nota.
Ao Correio, o advogado frisou que conversou com a proprietária do imóvel: "Ela explicou que não tem fogão a gás e nem encanamento do tipo. Foi levantada a possibilidade do frio, já que nessa época existem mesmo vazamentos, mas foi descartada". Por causa dessa suspeita, alguns moradores do prédio — no bloco 1900 da Rua Taraval — decidiram evacuar o edifício. A reportagem apurou que, enquanto alguns vizinhos levantaram a possibilidade, outros começaram a mudança, com a justificativa de que estariam com medo de que mais uma tragédia poderia ocorrer.
O Departamento de Polícia de São Francisco informou que os agentes encontraram os corpos no apartamento por volta das 7h13 de segunda-feira. Uma equipe médica esteve no local. "O médico legista compareceu ao local e assumiu a investigação que determinará a causa da morte", esclareceu. "Nossa investigação procura sinais ou evidências do crime que não foram encontrados no momento da investigação preliminar", informaram as autoridades.
Juntos até o fim da vida
José Claudionor e Andressa mantinham uma relação há 10 anos. Ele era um dos sócios do bar Alô Grau, no Setor de Clubes Sul. Em um post nas redes sociais, a gerência do estabelecimento familiar lamentou as mortes, e decretou uma pausa nas atividades até a próxima semana. "Só o tempo é capaz de amenizar a dor de perder alguém que amamos. A saudade e as lembranças são eternas, permanecem vivas, florescem e, como o amor, jamais morrem", diz o texto compartilhado.
Kaio Herison classificou a irmã caçula, Andressa, como uma pessoa incrível. "Sempre foi muito amorosa e carinhosa com a família e, desde pequena, era muito vaidosa. Gostava de andar arrumada. Além disso, era leal tanto à família quanto ao esposo", detalhou. "Ela também era madrinha das minhas filhas", acrescentou.
Sobre a história do casal, Kaio conta que José e Andressa se conheceram no ensino médio. "Era uma paixão antiga, que acabou virando amor até o fim da vida, cessada repentinamente", lamentou. "Os dois eram pessoas extremamente honestas, de corações gigantes e que queriam viver. A Andressa conhecia o Brasil inteiro e agora estava realizando o sonho de conhecer o Exterior. Foi uma fatalidade enorme para as duas famílias", explicou o irmão, assinalando que o casal nunca teve problemas no Brasil e estava previsto que voltassem para casa em junho.
Os corpos devem chegar ao Brasil em quatro semanas. Foi lançada uma vaquinha para custear o traslado. "Eles eram tão queridos que, em 24 horas, conseguimos arrecadar cerca de R$ 100 mil para trazê-los de volta ao país. Minha irmã tinha amigos de infância em Goiânia, que fizeram um mutirão para arrecadar parte do valor", finalizou Kaio.
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