OPERAÇÃO

Onze integrantes do PCC e um do Comando Vermelho são presos no DF

Também foram cumpridos oito mandados de busca nas cidades de Brazlândia, Samambaia, Riacho Fundo 1 e Monte Alto (GO)

Correio Braziliense
postado em 29/05/2023 08:55 / atualizado em 29/05/2023 09:21
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã desta segunda-feira (29/5), 11 integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e um do Comando Vermelho (CV). Também foram cumpridos oito mandados de busca nas cidades de Brazlândia, Samambaia, Riacho Fundo 1 e Monte Alto (GO). Outros sete mandados foram cumpridos,com o apoio da Polícia Penal do DF, em celas do Complexo da Papuda e da Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

Os mandados fazem parte da segunda fase da Operação Sicário, deflagrada pela 18ª DP de Brazlândia. As investigações começaram há dois meses, com a prisão de Gabriel dos Santos Lima, integrante do PCC responsável pelo recrutamento de novos faccionados na cidade. Também foram identificadas ordens de ataque à polícia e à população de Brazlândia emitidas por Walter Pereira de Lima Júnior, conhecido como “Waltinho"  — integrante do PCC preso no Complexo da Papuda. Na primeira fase da operação, foram presos o filho e a companheira do criminoso.

"O aprofundamento das investigações apontou que outros faccionados ainda atuavam em Brazlândia/DF, em duas frentes: tráfico de drogas (PCC) e roubo, receptação e adulteração de veículos (CV). Apurou-se que parte dos comandos que chegava aos faccionados soltos – que, no PCC, integram a chamada 'sintonia da rua' – era transmitida por faccionados presos. Todos os investigados foram indiciados pelo crime de pertencimento a organização criminosa, que prevê pena de reclusão de 3 a 8 anos", informou a Polícia Civil ao Correio.

Busca por poder

No decorrer das investigações, foi observada a presença de disputa entre as organizações criminosas Comboio do Cão e Primeiro Comando da Capital. Os integrantes locais do PCC pediram apoio à cúpula da facção, em São Paulo, para manter o poder no Complexo da Papuda — temendo perder força “no coração do Brasil”, em referência à capital federal.

Além disso, os faccionados do PCC exigiram que dois novos integrantes matassem o sobrinho de um policial militar de Brazlândia. "Os delinquentes aceitaram a proposta e a vítima, de 37 anos, foi morta à luz do dia, na quadra 58 da Vila São José de Brazlândia, no dia 25 de setembro de 2022. Após a empreitada, os autores foram filiados ao PCC. Ambos foram presos na manhã de hoje", destacou a Polícia Civil.

Walter Pereira de Lima Júnior foi incluído no Regime Disciplinar Diferenciado na última quarta-feira (24/5), pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Da prisão, ele pediu ao filho, Gabriel dos Santos Lima, para que recrutasse novos integrantes para o PCC em Brazlândia, atacasse policiais e ateasse fogo em ônibus da cidade, com o objetivo de "gerar pânico".

Além disso, uma das mulheres presas pela PCDF é acusada de ser o "elo entre os membros do PCC do Distrito Federal e a alta cúpula" em São Paulo. De acordo com as investigações, ela era responsável por transmitir recados dos faccionados para o comando da facção, conhecida como "sintonia final". "Foi ela quem transmitiu o pedido de socorro do PCC local para a 'sintonia final', em razão do suposto crescimento do Comboio do Cão", disse a Polícia Civil. A corporação solicitou que ela e outras lideranças da organização criminosa fossem incluídas no Regime Disciplinar Diferenciado.

"Após a repercussão da chacina do Distrito Federal, integrantes locais do PCC prestaram contas à cúpula da facção em São Paulo. A 'sintonia final' queria saber se o responsável pela chacina, preso pela PCDF, era integrante da facção", acrescentou a PCDF. A maior chacina do DF é marcada pelo assassinato de 10 pessoas da mesma família em janeiro deste ano.

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